Kakebo, que significa 'livro de contas domésticas' em japonês, é uma técnica que incentiva o registro metódico de despesas e receitas.
A essência do método é registrar todas as despesas diárias, semanais ou mensais em categorias específicas. Essas categorias podem incluir renda, despesas essenciais, lazer e gastos extras.
Além dessas categorias, você pode personalizar seu kakebo com quantas divisões quiser, utilizando cores diferentes para torná-lo visualmente mais atraente.
Ao subtrair suas despesas essenciais da renda, o que sobra pode ser alocado entre 'poupar' e 'gastar bem'.
O kakebo foca no gasto e na poupança conscientes. Através dessa técnica, aprendemos a 'gastar bem' para 'poupar bem'.
O ato de escrever à mão é fundamental, pois pesquisas indicam que essa prática ajuda o cérebro a processar informações de maneira mais detalhada e cuidadosa.
Outro aspecto interessante do kakebo é a comparação entre o uso de dinheiro e cartão. A entrega física de cédulas torna o ato de gastar mais tangível, permitindo um maior controle sobre os gastos.
Para um controle financeiro eficaz, o kakebo propõe que respondamos a quatro perguntas-chave: quanto dinheiro você guardou; quanto gostaria de guardar; quanto está gastando; o que mudaria no próximo mês.
Essas perguntas ajudam a fazer um balanço e a ajustar os hábitos de consumo.
A consultora financeira Harumi Maruyama recomenda testar o kakebo por pelo menos três meses. Segundo ela, é nesse período que as pessoas começam a notar resultados significativos.
'O kakebo ajuda a administrar gastos mesmo com um orçamento limitado e a evitar o consumo desenfreado. É a base do orçamento doméstico', afirma Maruyama.
Ela já testemunhou muitos casos em que, mesmo com orçamento restrito, pessoas conseguiram controlar seus gastos e economizar.
Para que o kakebo traga resultados eficazes, Maruyama sugere que ele se torne um ritual diário, levando apenas cinco minutos.
A consistência criada é fundamental para manter o controle financeiro e, claro, a disciplina.
O kakebo tem suas raízes em uma época em que as mulheres precisavam de ferramentas que lhes permitissem ter mais controle sobre a economia familiar.
Hani Motoko, considerada a primeira mulher jornalista no Japão, foi a criadora desse método.
De acordo com Fumiko Chiba, autora do livro 'Kakebo: A arte japonesa de poupar dinheiro', o objetivo de Motoko era ajudar donas de casa a gerenciar suas finanças de forma eficiente.
Apesar do avanço da tecnologia e do surgimento de aplicativos para controle financeiro, os livros de kakebo ainda são bastante populares no Japão.
O kakebo é mais do que apenas um método de controle financeiro; é uma filosofia que promove a consciência em relação ao dinheiro.