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Ignorados pela ABL: Grandes escritores que nunca foram contemplados com uma cadeira


Vários escritores de renome da literatura brasileira nunca foram contemplados como “imortais” da Academia Brasileira de Letras. Veja a lista de alguns que, apesar do reconhecimento, nunca ocuparam uma das cadeiras da casa.

Por Flipar
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Mário Quintana (1906-1994) - Gaúcho de Alegrete, o 'poeta das coisas simples' tentou três vezes, mas não foi eleito. Decepcionado, disse que a ABL estava politizada e que era até melhor ficar de fora, pois a academia 'atrapalha a criatividade'. Luís Fernando Veríssimo, seu conterrâneo, afirmou que, sem Quintana, o prejuízo era da ABL.

Ricardo Timao /FLICKR

Luís Fernando Verissimo (1936, 85 anos) – Modesto, afirmou não ter uma obra literária que merecesse a honra da imortalidade na academia, o que soou como ironia diante de tantos 'imortais' que não são propriamente escritores.

Ana Povoas/FLICKR

Érico Veríssimo (1905-1975) - Pai de Luís Fernando Veríssimo, foi um dos mais ilustres escritores do país. Livros como 'O Tempo e o Vento' e 'Olhai os Lírios do Campo' se popularizaram na teledramaturgia. Érico não se candidatou à ABL. Afirmou que era contra formalidades e jamais usaria fardão.

Arquivo Nacional/Wikipedia

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) – Para muitos o maior poeta brasileiro do século XX. Quando Getúlio Vargas assumiu uma cadeira na ABL, no Estado Novo (ditadura getulista), Drummond e o escritor Sérgio Buarque de Hollanda, pai do compositor Chico Buarque, se comprometeram a nunca ingressarem na casa.

Arquivo Nacional/FLICKR

Monteiro Lobato (1882-1948) - Escreveu um único romance ('Presidente Negro'), mas se consagrou como um dos maiores autores da literatura infanto-juvenil. Seus livros inspiraram produções na TV, no cinema e no teatro. Entre elas, 'Sítio do Pica-Pau Amarelo'. Também fez contos e crônicas.

Wikimedia Commons/Domínio Público

Vinícius de Moraes (1913-1980) - Escritor e dramaturgo, um dos maiores poetas brasileiros, com forte ligação na área musical. Fez letras para canções que se eternizaram, com reconhecimento internacional. O 'Poetinha' se notabilizou por sonetos. O mais famoso: 'Soneto de Fidelidade'.

Debora Spada - Flickr

Dalton Trevisan - (1925- 96 anos) - Nascido em Curitiba, é famoso por seus livros de contos e já recebeu diversos prêmios. Avesso a entrevistas, chegou a ser apelidado de 'Vampiro de Curitiba' (nome de um de seus principais livros) por gostar de viver recluso.

Divulgacao

Em 2024, a atriz australiana Cate Blanchett, um dos maiores nomes do cinema, declarou que é fã de Clarice Lispector e que a leitura de seus livros exerce influência e inspiração sobre ela.

Instagram @cate_blanchettofficial

Lima Barreto (1881-1922) - Neto de uma escrava liberta, foi autor de romances, contos e crônicas memoráveis; jornalista polêmico; ícone na luta contra o preconceito racial; um dos mais destacados escritores das primeiras décadas do século XX. Tentou sem êxito ser eleito para a ABL. Morreu aos 41 anos.

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Graciliano Ramos (1892– 1953) - Autor de uma das obras mais importantes sobre o sertão nordestino (“Vidas Secas”), foi um expoente no regionalismo. Militante comunista, chegou a ser preso e morreu aos 60 anos, deixando obras póstumas notáveis. Entre elas, 'Memórias do Cárcere'.

LABCOM - FLICKR

A instituição funciona no palacete Petit Trianon, réplica da construção homônima em Versalhes. O imóvel foi doado pelo governo francês à ABL em 1923.

Wolfhardt / Wikimedia Commons

A ABL tem 40 membros efetivos e perpétuos. Quando um acadêmico morre, a cadeira é declarada vaga e quem quer concorrer à vaga tem dois meses para se candidatar.

Acervo ABL/Domínio Público

Os 'imortais' são escolhidos mediante eleição por voto secreto dois meses depois de a cadeira ter sido declarada vaga.

Arquivo Nacional / Domínio Público

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