O túmulo do faraó Tutmés II era o único dos monarcas da 18ª Dinastia do Egito que ainda não havia sido identificado. Inicialmente, os arqueólogos supunham que o sepulcro situado no monte Tebas, a oeste da cidade de Luxor, pertencesse a uma esposa de faraó, mas a presença de artefatos funerários e inscrições com o nome de Tutmés II, mudaram os rumos do trabalhos.
Antes de Tutmés II, a última tumba de um soberano egípcio havia sido a de Tutancâmon, descoberta 103 anos atrás.
Antes de Tutmés II, a última tumba de um soberano egípcio identificada havia sido 103 anos atrás. Foi no dia 26 de novembro de 1922 que o arqueólogo Howard Carter entrou na tumba de Tutancâmon, na que foi uma das descobertas mais importantes da história da arqueologia.
O faraó jovem, que reinou há mais de 3.300 anos e morreu precocemente, aos 19 anos, estava em uma das tumbas mais bem preservadas do Egito, o que alavancou os estudos de arqueologia
Uma lenda diz que com a descoberta teve início uma 'maldição'. Ao longo dos seis anos seguintes, 35 pessoas ligadas à descoberta morreram, inclusive o próprio Howard Carter.
Em uma das paredes havia uma inscrição em tom ameaçador de uma profecia macabra avisando que quem prejudicasse o 'sono' do faraó seria punido.
Atualmente, pesquisadores afirmam que várias mortes foram provocadas por fungos venenosos que proliferaram dentro da tumba. Mas a lenda da maldição persiste.
No túmulo de Carter, no Putney Vale Cemetery, em Londres, está escrito: 'Que seu espírito viva, que você passe milhões de anos, você que ama Tebas, sentado com seu rosto ao vento norte, seus olhos contemplando a felicidade', uma citação tirada do Cálice dos Desejos de Tutancâmon.
E seu vínculo ao faraó menino é tão histórico que, no local em que ele viveu, na 19 Collingham Gardens, Kensington, em Londres, há um aviso: 'Aqui viveu o egiptólogo e descobridor da tumba de Tutancâmon'.
A tumba de Tutancâmon passou por uma restauração entre 2009 e 2019, com uma interrupção durante a Revolução EgÃpcia de 2011. Especialistas fizeram um trabalho minucioso para recuperar e proteger o patrimÃŽnio após quase um século de visitação
Na restauração, os especialistas descobriram que as manchas marrons nas paredes são formadas por organismos microscópicos mortos há muito tempo. Não poderiam ser retirados sem afetar o aspecto. Mas não são uma ameaça
A tumba agora contém a múmia do faraó em uma caixa de vidro, assim como o seu sarcófago exterior, feito de madeira dourada.
O trabalho exigiu a retirada temporária da múmia e Agnew lembrou da maldição: 'Foi aterrorizante. 12 homens carregando a múmia rampa acima. Eu disse: se alguém escorregar, a múmia irá deslizar e matar alguém', brincou.
A tumba de Tutancâmon fica no Vale dos Reis, uma vasta região de areia destinada no Antigo Egito ao descanso eterno dos poderosos. O vale fica próximo a Luxor, na margem oeste do Rio Nilo
Na tumba foram encontrados cerca de 5 mil objetos que se tornaram tesouros históricos. A maioria está no Museu Nacional do Cairo
Historicamente, Tutancâmon não teve a relevância de faraós que reinaram por décadas, com superpoderes, como Ramsés II.
Mas tornou-se o mais emblemático por ser o primeiro cuja tumba foi descoberta intacta nos tempos modernos, pois as anteriores haviam sido remexidas durante séculos.
Ele assumiu o poder aos dez anos e, por isso, é chamado de Faraó Menino. Foi rei no perÃodo entre 1332 e 1323 a.C Por meio de pesquisas computadorizadas, cientistas descobriram o verdadeiro semblante de Tutancâmon.
As pesquisas também mostraram que, a despeito da fama de maldição, o jovem Tut, na verdade, sofreu bastante . Ele morreu de malária, contraída após uma lesão grave na perna
A máscara mortuária de Tutankâmon, de 54 cm de altura, é uma das peças arqueológicas mais famosas do mundo. Feita de ouro, tem pedras semipreciosas incrustadas para os detalhes dos olhos e das sobrancelhas, do colar e da serpente; e pasta de vidro colorido, que imita o lápis-lazúli, a pedra espiritual dos faraós.