Greta Thunberg, que partiu para a Suécia em um avião que decolou de Tel Aviv, acusou o governo de Israel de sequestro. “Nós fomos sequestrados em águas internacionais e levados contra nossa própria vontade para Israel”, afirmou a ativista no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, na França, onde seu voo fez uma conexão.
Ao todo, 12 ativistas, incluindo Greta, estavam na embarcação “Madleen” da organização Coalização da Flotilha pela Liberdade. Eles alegavam que pretendiam levar ajuda humanitária, como alimentos e suprimentos médicos, para a Faixa de Gaza.
'Sabíamos dos riscos dessa viagem. O objetivo era chegar a Gaza. Mas não desobedecemos nenhuma lei, não fizemos nada de errado', declarou Greta. No barco, havia também o ativista brasileiro Thiago Ávila (foto), de 38 anos. Ele é cofundador do movimento Bem Viver e ex-candidato a deputado federal pelo PSOL.
Após o episódio, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, afirmou que a sueca é “uma jovem muito raivosa”. Questionada a esse respeito, Greta retrucou: 'Eu acho que o mundo precisa de muitas mais jovens raivosas, com tudo o que está acontecendo'.
Aos 22 anos, Greta é uma das personalidades que mais chamam atenção no mundo e participa de atos de protesto desde os 15.
E ela atrai sempre polêmica. Em agosto de 2023, ela imitou uma cena do filme “Barbie” em que a boneca dá uma festa e pergunta se os amigos já pensaram em morrer. Greta fez isso durante protesto contra a construção de um campo petrolífero no Reino Unido.
Em julho de 2023, a ativista foi condenada a pagar uma multa por desobedecer à polícia durante uma manifestação que bloqueou o porto de Malmö, no sul da Suécia.
Ela compareceu ao tribunal na manhã de 24/07/2023 e não aceitou responder às perguntas da imprensa.
De acordo com a acusação, durante o protesto Thunberg participou de um ato que interrompeu o fluxo de trânsito e ela se recusou a seguir as ordens da polícia, que pedia para ela deixar o local.
Ao ser questionada sobre as acusações, Thunberg afirmou no tribunal: 'É correto que eu estava naquele lugar naquele dia, e é correto que recebi uma ordem que não dei ouvidos, mas quero negar o crime'.
Thunberg defendeu que sua ação foi movida pela 'necessidade de agir por conta da emergência climática”.
Na ocasião, o tribunal impôs a ela uma multa de 1.500 coroas suecas (R$ 870 na cotação atual) e a obrigou a pagar 1.000 coroas suecas (aproximadamente R$ 580) para um fundo sueco de assistência a vítimas de crimes.
O protesto em questão foi organizado pela ONG ambientalista 'Ta Tillbaka Framtiden', que significa 'Reivindique o Futuro' em português.
No Instagram, Greta Thunberg explicou: 'Optamos por não ser espectadores e paramos fisicamente as infraestruturas de combustíveis fósseis. Nos reapropriamos do futuro”.
Após a condenação de Greta, a ONG 'Ta Tillbaka Framtiden' reafirmou sua intenção de combater a indústria de combustíveis fósseis.
Greta Thunberg ganhou os noticiários em 2018 quando, aos 15 anos, começou a faltar às aulas nas sextas-feiras para protestar em frente ao Parlamento sueco.
Em questão de meses, sua iniciativa conquistou jovens de várias partes do mundo, dando origem ao movimento 'Fridays for Future' (Sextas-Feiras pelo Futuro).
Além de liderar comícios e manifestações, Greta Thunberg não hesita em criticar duramente governos de vários países por sua inércia e falta de ação diante das questões climáticas.
Mundialmente conhecida, Greta já discursou nas Nações Unidas e teve encontros com diversos chefes de Estado.
Ela contou que ouviu falar sobre aquecimento global pela primeira vez aos oito anos de idade e disse ter ficado assustada com a falta de ação dos adultos.
Greta é portadora da Síndrome de Asperger, um tipo de autismo. Ela foi diagnosticada quando tinha 11 anos.
Um dia antes de ser nomeada “Pessoa do Ano” pela revista Time, em 2019, Greta se envolveu em uma polêmica com o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Na época, Bolsonaro criticou o espaço dado pela mídia à ativista depois que um vídeo sobre a morte de indígenas brasileiros compartilhado pela sueca ganhou destaque internacional.
“É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, pirralha', declarou Bolsonaro na ocasião. Momentos depois, Greta ironizou e mudou seu perfil no X (antigo Twitter) para “pirralha”.
Em abril de 2024, Greta foi detida pela polícia da Holanda durante uma manifestação na cidade de Haia.
Ela foi colocada pelas autoridades locais em um ônibus com outros participantes do protesto que bloqueou uma rodovia da cidade. Os manifestantes pediam o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis.