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Fliperamas sobrevivem em partes do Brasil; descubra essa diversão


Durante décadas, os fliperamas foram um dos grandes símbolos do lazer urbano no Brasil.

Por Lance
- Ethan Hein/Wikimédia Commons

Espaços repletos de máquinas coloridas, sons eletrônicos e competição, eles marcaram a infância e a juventude de gerações que viveram, sobretudo, entre os anos 1980 e 1990, período da febre dos jogos eletrônicos em ambientes coletivos.

Reprodução do Flickr Yuri Tonani

Importados inicialmente dos Estados Unidos e do Japão, esses equipamentos trouxeram títulos que se tornariam clássicos, como Pac-Man, Space Invaders, Street Fighter, Mortal Kombat e The King of Fighters.

Reprodução do Flickr Emília Adamo

Mas antes dos arcades digitais dominarem os salões, havia uma máquina que já chamava atenção: o pinball, ou jogo de pinball, com sua mesa iluminada, botões laterais e bolinhas metálicas que exigiam reflexo e habilidade.

Reprodução do Flickr Lucas T. Teixeira

O termo fliperama tem origem direta no pinball. As alavancas usadas nessas mesas, chamadas em inglês de flippers, deram nome às primeiras máquinas trazidas ao Brasil.

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Assim, antes mesmo dos jogos eletrônicos, fliperama era sinônimo de pinball. Com o tempo, a palavra passou a designar também os salões de jogos e, depois, qualquer máquina de arcade.

Reprodução do Instagram @playlandoficial

Um dos traços mais característicos desses espaços é o uso de fichas e moedas. Cada partida depende do tilintar metálico na máquina, um ritual que faz parte da experiência.

Reprodução do Flickr Joel S

Na década de 1990, os fliperamas atingiram o auge no Brasil. Jogos de luta transformaram os salões em arenas improvisadas, com filas diante das máquinas e torcidas barulhentas acompanhando cada golpe.

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Rivalidades entre bairros e escolas, campeonatos informais e até disputas por quem ficaria mais tempo no controle marcaram a época. O fliperama era, mais do que um local de diversão, um espaço de convivência e identidade juvenil.

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Com a popularização dos videogames domésticos e, mais tarde, dos computadores e celulares, os fliperamas começaram a perder força nos anos 2000.

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Muitos estabelecimentos fecharam, e o hábito de jogar em grupo migrou para as plataformas online. Ainda assim, os fliperamas nunca desapareceram de vez: transformaram-se em nicho e memória afetiva.

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Hoje, bares temáticos e casas de entretenimento em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte resgatam o espírito dos antigos fliperamas, oferecendo máquinas clássicas, inclusive pinballs restaurados, ao lado de títulos modernos.

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Em shoppings, ainda é possível encontrar áreas dedicadas ao arcade. São lugares no Brasil que preservam esse universo nostálgico. Espaços que unem saudosistas e novas gerações em torno das máquinas de pinball, dos arcades clássicos e de experiências modernas inspiradas nesse tipo de entretenimento.

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Em São Paulo, por exemplo, o público encontra opções bastante variadas. Um dos locais mais tradicionais é o Lord’s Diversões, no bairro do Tatuapé, que há décadas mantém viva a essência dos fliperamas, com máquinas antigas e pinballs que atraem um público fiel.

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Também na capital paulista está a rede Playland, com unidades em diferentes shoppings, que mistura atrações infantis com os jogos de ficha que marcaram época.

Reprodução do Instagram @playlandoficial

O MorumbiShopping, por sua vez, abriga o HotZone, um parque indoor que reúne desde simuladores até os clássicos arcades, muito procurado por famílias.

Reprodução do Instagram @hotzoneoficial

Já o Bario Bar, com unidades em Pinheiros e no Tatuapé, aposta em uma proposta diferente: unir a atmosfera retrô das máquinas a um espaço de bar, com mais de cem jogos disponíveis, entre fliperamas, pinballs e simuladores, atraindo tanto jogadores casuais quanto os apaixonados por nostalgia.

Reprodução do Instagram @bario_bar

Outra proposta curiosa que surgiu recentemente é o Arcade Haus, em Santo Amaro e no Tatuapé. Apresentado como o primeiro fliperama imersivo da América Latina, o espaço vai além das máquinas tradicionais e oferece salas interativas, com pisos de LED e botões espalhados pelas paredes, que exigem movimentos físicos e colaboração entre os jogadores.

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No Rio de Janeiro, o destaque é o Rio Pinball Clube, localizado no bairro de Ramos. O espaço é considerado um paraíso para os fãs, com cerca de 130 máquinas em funcionamento, incluindo desde clássicos do pinball até arcades como Pac-Man e Donkey Kong.

Reprodução/Instagram

Além de funcionar como ponto de encontro para apaixonados por esse universo, o clube também aluga máquinas para eventos, mantendo vivas a cultura e a tradição que marcaram gerações de jogadores.

Arcade Haus Tatuapé e Arcade Haus Santo Amaro

Hoje, muitos desses lugares funcionam ainda no modelo das fichas ou cartões recarregáveis, o que reforça a memória afetiva de quem cresceu gastando moedas para garantir “só mais uma partida”.

Reprodução do Instagram @hotzoneoficial