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Caravelas-portuguesas reaparecem no litoral de SP e aumentam risco de queimaduras graves


Coloridas e perigosas, caravelas-portuguesas voltaram a aparecer nas praias da Baixada Santista, como na Praia do Pernambuco, em Guarujá. O fenômeno é comum nesta época do ano, impulsionado por ventos e temperatura da água. Com tentáculos que chegam a 50 metros, podem causar queimaduras graves mesmo após mortas, exigindo atenção dos banhistas.

Por Lance
Manuel Anastácio wikimedia commons

Segundo o biólogo Eric Comin, ventos e temperatura da água favorecem o surgimento da espécie nesta época. A caravela se move com uma bolsa flutuante e libera substância urticante ao contato com os tentáculos, causando reações intensas.

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Os sintomas após o contato com a caravela incluem dor intensa, bolhas, inchaço, calafrios, náuseas e até parada respiratória. Mesmo exemplares mortos continuam perigosos, e o simples toque nos tentáculos já é suficiente para provocar queimaduras sérias.

Ruan Luz/Divulgação

Em caso de queimadura, não use água doce nem areia. Aplique vinagre na região afetada, remova os tentáculos com pinça ou barbeador e evite coçar. Observar a faixa de areia antes de entrar no mar pode evitar acidentes. Fique atento a relatos de aparecimento da espécie na região.

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Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o Caltech (foto), aliás, criaram uma água-viva biônica que vai auxiliar nos estudos sobre as profundezas do oceano.

Kevin Stanchfield wikimedia commons

Eles explicaram que fizeram um implante de um dispositivo microeletrônico numa água-viva real, de modo que ela consiga nadar 4,5 metros mais rápido do que o animal normal. E vai transmitir informações sobre temperatura, salinidade e níveis de oxigênio.

Divulgação Caltech

Águas-vivas sao seres que, volta e meia, se destacam na mídia. Recentemente, um pesquisador brasileiro participou de uma descoberta no Oceano Pacífico. O professor André Carrara Morandini, da Universidade de São Paulo (USP), se uniu a cientistas japoneses na identificação de uma nova espécie de água-viva.

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Essa água viva habita uma formação vulcânica chamada de Caldeira Sumisu, nas Ilhas Ogasawara, cerca de 460 quilômetros ao sul da capital Tóquio.

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A espécie recebeu o nome de medusa da cruz de São Jorge em referência ao seu formato visto de cima — que lembra a cruz vermelha da bandeira inglesa. Como toda água viva ela é transparente. Mas esta tem um estômago avermelhado.

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No Brasil, águas vivas têm proliferado no litoral gaúcho. Desde o começo da Operação Verão no Rio Grande do Sul, em 16/12/2023, o litoral gaúcho já teve mais de 12.600 casos de lesões por água viva.

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De acordo com o Corpo de Bombeiros, a água clara e com elevação da temperatura se torna convidativa para os banhistas e ao mesmo tempo favorece a proliferação das águas vivas. E é necessário ter cuidado.

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Os guarda-vidas fincaram até bandeiras azuis nas praias - entre elas, a Capão da Canoa - para alertar sobre o perigo.

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As Medusas, chamadas normalmente de Águas-Vivas, são seres que têm corpos formados majoritariamente por água (95%), o que ocasionou o seu nome popular. Quando se sente ameaçada, a água-viva solta um ferrão que injeta uma substância urticante na vítima, seja animal ou pessoa.

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A pessoa ferida tem a sensação de queimadura, embora, tecnicamente, a água-viva não queime. O que ocorre, na verdade, é um envenenamento químico com toxinas. Por isso, elas são consideradas peçonhentas. E causam uma dor intensa.

Domínio público

Não se deve esfregar a pele após intoxicação pela água-viva, pois isso só serve para espalhar o veneno ainda armazenado nos tentáculos.

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Os bombeiros afirmam que não se deve usar água doce ou água da toneira. O correto é lavar a parte do corpo que sofreu a picada com água do mar ou vinagre.

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O ideal, inclusive, é pedir ajuda aos guarda-vidas. Nas guaritas, quem é queimado costuma usar vinagre para tratar a lesão. E diz que arde bastante.

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E cuidado: mesmo quando estão na areia, uma água-viva oferece o mesmo perigo. A capacidade de envenenar permanece por 24 horas após o momento em que ela fica fora da água. Nunca as manipule. Podem estar vivas, mesmo parecendo mortas.

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Existem mais de mil espécies de águas vivas pelos oceanos, em todo o planeta. No Brasil, as mais comuns são Olindias sambaquiensis, Physalia Physalis e Chrysaora láctea

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As águas-vivas medem entre 2 centímetros e 2 metros de comprimento. Portanto, há uma variedade grande de tamanhos.

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A água-viva pode ter até 40 tentáculos, que ficam em volta da boca e auxiliam na captura do alimento.

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As águas-vivas podem comer peixes e crustáceos. Além disso, podem ter microalgas vivendo em seus tecidos e fornecendo nutrientes por meio do processo da fotossíntese.

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Especialistas afirmam que o aquecimento global, que vem chamando atenção com altas temperaturas fora de época, fazem bem às águas-vivas e aumentam a sua proliferação.

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No Sul do Brasil, várias praias registram ocorrências de águas-vivas. Uma delas é a Praia do Cassino, que aparece no topo das listas das maiores praias do mundo, pois tem incríveis 245 quilômetros de extensão.

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Portanto, é uma área de grande movimento, pois, além do banho de mar, a área oferece atrações como uma estação ecológica e um complexo eólico para geração de energia limpa, entre outros atrativos.

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Uma curiosidade é que existem águas-vivas que brilham na escuridão. Elas possuem órgãos bioluminescentes que provocam esse efeito. Mas nem todas são assim.

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Esse animal marinho tem até uma data comemorativa: 3 de Novembro é Dia Mundial da Água-Viva.

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