A atividade ocorreu no dia 23 de novembro e marcou a primeira manifestação do vulcão desde a última Era do Gelo.
As informações são do Programa Global de Vulcanismo, da Smithsonian Institution, nos Estados Unidos.
Um intervalo tão extenso sem qualquer atividade faz deste episódio um acontecimento raro e de grande relevância científica.
O vulcanólogo Simon Carn, da Universidade de Michigan, reiterou a raridade do fenômeno e disse que o Hayli Gubbi “não registrou nenhuma erupção durante o Holoceno”.
Com cerca de 500 metros de altitude, o vulcão está localizado na região de Afar, parte do complexo geológico do Vale do Rift.
A área é conhecida pela intensa atividade sísmica e por ser um ponto de encontro de placas tectônicas.
Fica a cerca de 800 quilômetros a nordeste da capital etíope, Addis Abeba, próximo à fronteira com a Eritreia.
Segundo o Centro de Observação de Cinzas Vulcânicas (VAAC) de Toulouse, a erupção foi poderosa, chegando a liberar colunas de fumaça que alcançaram 14 km de altura.
As cinzas vulcânicas foram detectadas sobre países como o Iêmen, o Omã, a Índia e até o Paquistão. A erupção durou algumas horas.
Vídeos que circularam nas redes sociais capturaram a imensa nuvem de fumaça branca subindo para o céu.
Até o dia 25 de novembro, não havia relatos de feridos ou de grandes danos materiais, visto que o vulcão se encontra em uma região isolada.
A região do entorno do Hayli Gubbi é o Vale do Rift, um dos acidentes geográficos mais importantes do planeta.
O clima na região de Afar é extremamente quente e árido, e a paisagem é dominada por desertos salgados e planícies vulcânicas.
Apesar das condições inóspitas, a área é habitada principalmente pelos Afar, um povo pastoril.
Do ponto de vista paleoantropológico, a região tem extrema importância: fósseis de hominídeos muito antigos (como a famosa Lucy) foram encontrados no Vale inferior do rio Awash.
Também há potencial para recursos minerais: além do sal, a área tem depósitos de enxofre, potássio e fontes geotérmicas.