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Monte Roraima, o platô brasileiro misterioso que inspirou ‘O Mundo Perdido’


O Monte Roraima é um dos lugares mais enigmáticos da América do Sul, situado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. Seu topo plano, cercado por muralhas verticais e constantemente envolto em nuvens, cria uma atmosfera de mistério e isolamento. Este gigante de pedra é um convite à imaginação, à ciência e ao espírito aventureiro.

Por Flipar
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Localizado na região da Gran Sabana, no sudeste da Venezuela, se estende até o estado de Roraima, no Brasil, e a Guiana. É considerado um dos pontos mais marcantes da tríplice fronteira, com acesso principal pelo lado venezuelano. Sua posição estratégica o torna símbolo de união entre três países. A geografia singular reforça sua aura de monumento natural internacional.

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O Monte Roraima é um tepui, termo indígena que significa “montanha” ou “casa dos deuses”. Formado por arenito do período Pré-Cambriano, tem cerca de dois bilhões de anos. Suas paredes verticais chegam a 400 metros de altura, criando um platô isolado. Essa antiguidade geológica faz dele um dos lugares mais antigos da Terra.

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Seu topo permanece quase sempre coberto por nuvens densas, criando um cenário de isolamento. Esse fenômeno climático reforça a sensação de que o platô é um mundo separado. A umidade constante alimenta rios e cachoeiras que despencam de suas paredes. O ambiente é tão singular que parece saído de um conto fantástico.

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Arthur Conan Doyle, em 1912, publicou “O Mundo Perdido”, inspirado nas descrições do Monte Roraima. O autor imaginou criaturas pré-históricas sobrevivendo em seu cume isolado. A obra popularizou a ideia de que o tepui era um refúgio de eras passadas. Desde então, o monte tornou-se ícone da literatura de aventura.

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As primeiras expedições europeias ao Monte Roraima ocorreram no século 19. Exploradores britânicos e venezuelanos buscavam desvendar seus mistérios. Em 1884, a equipe liderada por Everard Im Thurn conseguiu alcançar o topo. Tal feito marcou o início da exploração científica da região.

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O isolamento do Monte Roraima permitiu o desenvolvimento de espécies endêmicas. Plantas carnívoras, como a Heliamphora, são encontradas apenas em seus platôs. A fauna inclui insetos e anfíbios adaptados ao ambiente úmido e frio. É um verdadeiro laboratório natural de evolução.

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O Monte Roraima é considerado uma “caixa d’água natural”. Suas chuvas constantes alimentam rios que descem em cachoeiras espetaculares. Esses cursos d’água contribuem para grandes bacias hidrográficas da região. A abundância de água reforça sua importância ecológica.

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No topo, o cenário é marcado por rochas esculpidas pelo vento e pela chuva. Formações lembram animais, castelos e figuras míticas. Lagos e vales completam o ambiente de fantasia. É como caminhar por um mundo alienígena.

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Para os povos indígenas, o Monte Roraima é sagrado. A etnia Pemon acredita que o tepui é o tronco da árvore da vida, que continha todos os frutos do mundo. Ao ser derrubada, originou rios e montanhas. Essas narrativas reforçam sua aura mítica.

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A rota mais famosa para alcançar o topo parte da aldeia de Paraitepui, na Venezuela. A caminhada dura cerca de seis dias, atravessando savanas e florestas. O desafio físico é recompensado pela visão do platô, além de ser uma das experiências de trekking mais icônicas do planeta.

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O clima no topo é frio e úmido, com temperaturas que podem cair abaixo de 10 graus. Chuvas são frequentes e intensas, criando neblina constante. A umidade favorece musgos e plantas carnívoras. O ambiente é hostil, mas fascinante.

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O Monte Roraima é o mais famoso entre os tepuis da região. Outros, como o Kukenán e o Auyán-tepui, também impressionam. O Auyán-tepui abriga o Salto Ángel, maior cachoeira do mundo. Mas Roraima se destaca pelo simbolismo literário e cultural.

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Destino de fotógrafos e aventureiros, tem paisagens que oferecem imagens únicas de nuvens, rochas e cachoeiras. O turismo, aliás, é controlado para preservar o ambiente. Cada visita é uma oportunidade de contemplação e respeito à natureza.

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Cientistas estudam o Monte Roraima para entender processos evolutivos, e o isolamento favorece descobertas de espécies inéditas. Geólogos analisam suas rochas para compreender a história da Terra. É um campo fértil para ciência e exploração.

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À noite, o topo do monte revela um espetáculo celeste. Longe da poluição luminosa, o céu é cristalino. Constelações e a Via Láctea parecem ao alcance da mão. É uma experiência mística para quem acampa no cume.

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O Monte Roraima está protegido por parques nacionais, como o Parque Nacional Canaima, na Venezuela. No Brasil, integra áreas de preservação ambiental. A conservação é vital diante do aumento do turismo. Proteger o tepui, portanto, é preservar um patrimônio mundial.

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O Monte Roraima transcende fronteiras e culturas. É símbolo de mistério, ciência e espiritualidade. Inspira escritores, aventureiros e comunidades locais. Sua imagem permanece como ícone da natureza intocada e da imaginação humana.

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