A companhia colocou em operação um itinerário que soma aproximadamente 20 mil quilômetros e exige cerca de 29 horas para ser concluído.
Com isso, o voo, que partiu de Xangai, na China, e aterrissou em Buenos Aires, na Argentina, passou a ser considerado o mais extenso do mundo.
A nova ligação começou a funcionar no dia 4 de dezembro e não é um trajeto totalmente direto.
A rota inclui uma parada técnica de duas horas em Auckland, Nova Zelândia, substituindo as várias conexões antes necessárias para quem fazia esse percurso.
Para o voo inaugural, a aeronave utilizada foi um Boeing 777-300ER, capaz de acomodar 316 passageiros.
Esta rota passará a ser oferecida duas vezes por semana ao longo de todo o ano.
A decolagem ocorreu às 2 da manhã, no Aeroporto de Pudong, e o pouso no Aeroporto Internacional de Ezeiza aconteceu às 16h45, dez minutos antes do horário estimado.
A empresa aérea destacou que o itinerário faz parte da 'primeira ligação comercial entre cidades antípodas”, ou seja, situadas em direções completamente opostas.
A combinação Xangai–Auckland–Buenos Aires deve funcionar como um corredor entre a Ásia-Pacífico e o Cone Sul, cobrindo uma lacuna histórica na malha aérea ao aproximar polos comerciais distantes.
Até então, deslocar-se entre China e Argentina exigia mais de 30 horas de viagem e diversas escalas.
A demanda por uma rota mais direta é fortalecida pelo crescimento da comunidade chinesa na Argentina, que já ultrapassa 55 mil residentes, segundo o portal Simply Flying.
O custo das passagens reflete a dimensão da operação: valores médios entre US$ 1.525 e US$ 2.254 (aproximadamente de R$ 8,2 mil a R$ 12 mil) para a classe econômica.
Na classe executiva, o preço sobe ainda mais, podendo chegar a US$ 4.994 (cerca de R$ 27 mil, na cotação atual).
Esse tipo de iniciativa acompanha a expansão global das chamadas rotas ultralongas. A Qantas, por exemplo, pretende implementar, a partir de 2026, voos de cerca de 20 horas que conectarão Londres a Sydney.
A companhia utilizará versões modificadas do Airbus A350-1000, equipados com tanques adicionais capazes de garantir autonomia para rotas próximas dos 17 mil quilômetros.
A empresa australiana já opera um dos trechos diretos mais longos em atividade, a viagem entre Londres e Perth, na Austrália, que dura aproximadamente 17 horas e meia.