Brasil

Presos ficam em casas com frigobar e TV de plasma dentro de presídio da Paraíba

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postado em 05/06/2008 17:57
A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (5) a "Operação Albergue" para desarticular um esquema de tráfico de drogas e venda e aluguel de armas feito de dentro do presídio do Serrotão, em Campina Grande (PB). Presos chegaram a construir seis casas construídas dentro do presídio com frigobar e TV de plasma para gerenciar os negócios. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal, os presos envolvidos no esquema tinham seis casas construídas no presídio do Serrotão. A Operação mobilizou um efetivo de mais de 500 policiais das Polícias Federal e Militar da Paraíba. Foram cumpridos 17 mandados de prisão, 15 em Campina Grande, um em João Pessoa e outro em Praia Grande, em São Paulo. Entre os presos estão dois policiais militares que eram ex-diretores de presídios, além de dois agentes penitenciários. O esquema incluiu o pagamento de propina por presos do regime semi-aberto para permanecerem fora do presídio por mais tempo do que o permitido por lei. "Tem presos que passavam meses sem aparecer no presídio e tinham a freqüência como normal", garante um policial. Além de controlar o tráfico de drogas, os detentos participam do esquema e também realizam assaltos e negociam a venda e aluguel de armas. A "Operação Albergue" contou com a participação também das Polícias Civil e Militar. As investigações foram realizadas com a participação do Ministério Público Estadual. As prisões foram determinadas pelo juiz da 1ª Vara Criminal, de Campina Grande. Propina A Polícia Federal informou que o líder da quadrilha era o preso José Maurício Filho, conhecido por "Barrinha', que cumpria pena por tráfico de drogas. Ele pagaria propina a agentes penitenciários para permanecer fora do presídio. Além de José Maurício Filho, os detentos Marcone Edson Barbosa, Marcelo Belo de Sousa e Eernande José da Silva, o "Muleta", são acusados de participar do esquema. A PF aponta que o grupo gerenciava a compra e venda de drogas na região de Campina Grande, bem como o aluguel de armas para a prática de assaltos. A PF investigou que a maior parte da droga era fornecida por Márcio Renan da Silva, o "Baixinho", preso em Praia Grande, em São Paulo. Em nota, a Polícia Federal informou que "os criminosos contam com um forte esquema de corrupção envolvendo alguns servidores do presídio Serrotão e presos dos regimes aberto, semi-aberto e fechado". A PF relatou que os albergados se beneficiavam do ;álibi; de estarem supostamente no presídio para cometer os mais diversos delitos. Desta forma, permaneceriam isentos de qualquer suspeita, uma vez que, nos registros do presídio, constaria que estavam recolhidos no momento do crime.

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