Brasil

Suspeito de 40 mortes é preso

Procurado hvia dois anos, Ciço Galego foi detido depois de megaoperação policial em Escada (PE). Para justificar as execuções, o bandido alegou legítima defesa

postado em 22/07/2008 09:37
De olhar baixo e aparentando frieza, o homem acusado de cometer mais de 40 mortes no município de Escada, Zona da Mata Sul de Pernambuco, confessou ser autor de 10 assassinatos, incluindo o de quatro vítimas de uma chacina ocorrida na quarta-feira passada, na Favela Firmeza. Temido pela população e procurado pela polícia há meses, Cícero da Silva Soares, 29 anos, foi preso no sábado à tarde, no bairro de Nova Escada. Cercado por vários policiais durante a apresentação na manhã de segunda (21/07), o homem de 1,60m acusado de aterrorizar uma cidade inteira durante dois anos parecia indefeso. Ciço Galego, como também é conhecido, foi autuado em flagrante pelas quatro mortes da chacina e vai responder também pelos outros homicídios imputados a ele. Até o fechamento desta edição, Cícero permanecia na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Para capturar Cícero foi preciso montar um forte esquema de perseguição ; que reuniu um efetivo de sete oficiais, 30 praças, 10 viaturas da Polícia Militar, três delegados, 20 agentes e oito viaturas da Polícia Civil. O resultado da megaoperação foi a prisão de Cícero e de outras três pessoas ligadas ao grupo chefiado por ele. A polícia apreendeu com o grupo oito armas, sendo um revólver e sete espingardas, além de várias munições. À imprensa, Cícero disse que estava arrependido de matar as quatro pessoas na comunidade de Firmeza. Ele ainda contou que teve a ajuda de outra pessoa, que já foi identificada e ainda está sendo procurada pela polícia.

Arrependimento

Cícero justificou todas as mortes praticadas por ele como legítima defesa. ;As pessoas que eu matei queriam me matar. Só fiz isso para não morrer. Nessas mortes da Favela Firmeza, as pessoas queriam também tomar conta do tráfico de drogas na localidade. Quando eu soube que eles estavam armando para me matar, matei primeiro;, justificou. Ciço Galego acrescentou que não pôs fogo em dois dos corpos. ;Estou arrependido do crime e quero dizer à comunidade de Firmeza que não ia fazer nada com eles. Eles não tinham motivo para ficar assustados;, completou. Porém, momentos depois das mortes, os moradores da comunidade deixaram suas casas temendo que a violência os atingissem também.

Segundo o tenente-coronel Alexandre de Souza, comandante do 21; BPM, a prisão de Cícero foi possível graças ao esforço conjunto das polícias e à participação da população por meio de denúncias sobre o paradeiro do acusado. O comandante da PM, coronel José Lopes, disse que a reunião de ontem com a prefeitura de Escada foi bastante proveitosa. ;Vamos iniciar um trabalho conjunto com as secretarias municipais para levar assistência à população da cidade, que é muito carente. Vamos agora ter uma reunião com o promotor e o juiz do município para dar início aos trabalhos;, afirmou Lopes, acrescentando que alguns moradores da comunidade Firmeza já estão retornando a suas casas.

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