Brasil

Congregação do Vaticano reconhece irmã Dulce como venerável

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postado em 20/01/2009 21:12
Formada por cardeais e bispos que analisam processos de beatificação, a Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano decidiu nesta sexta-feria (20/01), por unanimidade, reconhecer a freira baiana irmã Dulce com o título de "venerável". Segundo o cardeal primaz do Brasil, d. Geraldo Majella Agnelo, o reconhecimento é a penúltima etapa para a beatificação da religiosa, morta em 1992, aos 77 anos. De acordo com o cardeal, o papa Bento 16 deverá assinar a documentação encaminhada pela congregação até junho. "A partir daí, basta a comprovação de um milagre para que irmã Dulce seja beatificada." Em seguida, com a comprovação de um outro milagre, a religiosa poderá ser santificada. Ontem, Maria Rita Lopes Pontes, sobrinha de irmã Dulce e responsável pela administração da Osid (Obras Sociais Irmã Dulce), disse que os teólogos, peritos médicos e cardeais que trabalham no processo da religiosa analisam há cinco anos um eventual milagre -a recuperação de uma mulher sergipana que teria sido desenganada pelos médicos durante o parto, depois de sofrer uma forte hemorragia. "Depois que um padre e familiares da gestante rezaram pedindo a interseção de irmã Dulce, o quadro se reverteu e o parto transcorreu normalmente", afirmou Maria Rita. O processo de irmã Dulce começou a tramitar no Vaticano em 2000. "A condecoração prova que irmã Dulce merece ser beatificada e, em seguida, canonizada", disse padre Manuel de Oliveira, teólogo da Arquidiocese de Salvador. Conhecida como "o anjo bom da Bahia", Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a irmã Dulce, era devota de santo Antônio e começou a praticar caridade aos 13 anos, ajudando os mendigos que moravam nas ruas de Salvador. Cinco anos mais tarde, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição. No final de 2007, o Vaticano beatificou outra religiosa que morou muitos anos em Salvador - irmã Lindalva Justo de Oliveira, morta com 44 facadas no dia 9 de abril de 1993. O processo de beatificação da religiosa começou em 2000. Diferentemente do que acontece com a maioria processos que chegam ao Vaticano, os trâmites burocráticos foram mais rápidos porque ela morreu como "mártir religiosa". Nestes casos, segundo a Arquidiocese de Salvador, não é necessário a comprovação de milagres para a pessoa ser beatificada.

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