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Ex-PM foragido de Bangu 8 reaparece na internet

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postado em 14/02/2009 19:48
Rio - Foragido desde que escapou pela porta da frente do Presídio Bangu 8, em outubro, o ex-policial militar Ricardo Teixeira da Cruz, mais conhecido como "Batman", reapareceu neste sábado (14/02) na internet. Foram postados na página Youtube, líder do setor de vídeos online, quatro filmes com uma espécie de entrevista na qual o homem apontado como líder de uma das milícias que atuam na zona oeste do Rio nega estar por trás da série de assassinatos desencadeada pela disputa entre grupos paramilitares na região depois da fuga. "Batman" também acusa policiais de corrupção e afirma ter pago R$ 50 mil a agentes que o encontraram para não ser preso. Nos vídeos, que somam pouco mais de 12 minutos, ele diz que a milícia denominada Liga da Justiça, chefiada, supostamente, pelo ex-vereador Jerominho Guimarães e o irmão deste, o ex-deputado estadual Natalino Guimarães, é uma invenção da imprensa. No entanto, admite que tem armas e que controlou a máfia de transportes alternativos na zona oeste da capital fluminense. Ele diz que policiais e informantes do delegado Marcus Neves, titular da delegacia de Campo Grande, responsável pela prisão dele e dos irmãos Guimarães, foram aliados. "Todos eles eram ligados a mim. Só colaram com ele (Neves) para tomar o que é meu", acusa. Apesar de negar a autoria da série de atentados dos últimos meses na zona oeste, "Batman" admite que tinha inimigos no alvo, como o bombeiro Carlos Alexandre Silva Cavalcante, mais conhecido como "Gaguinho", morto a tiros em janeiro, quando tentava controlar o transporte alternativo na região. "'Gaguinho' era, sim, meu inimigo, mas, infelizmente, não fui eu quem o matou. Alguém furou a fila e passou na minha frente", afirma, reivindicando a liderança das vans. No vídeo em que aparece com uma camiseta preta e colar e pulseira dourados, tendo como fundo uma parede branca, "Batman" responde perguntas de um homem que não aparece diante da câmera. Numa das respostas, nega ter subornado agentes penitenciários para fugir da prisão. Diz ter escapado por causa de uma falha na segurança do presídio. "É mais fácil a secretaria dizer que eu paguei R$ 2 milhões do que admitir que tinha um erro no sistema", diz. Ontem (13/02), o Disque-Denúncia havia elevado de R$ 2 mil para R$ 10 mil a recompensa por informações que levem a polícia ao miliciano, um dos criminosos mais procurados do Rio. Num dos vídeos, o ex-policial militar declara que se apresentará se houver disposição das autoridades para investigar as denúncias. "Batman" elogia o delegado Cláudio Ferraz, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), e ao secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. A secretaria informou que o setor de inteligência investiga a origem e o teor do vídeo, mas Beltrame não comentaria as declarações de um "bandido que tem interesse em confundir as investigações". Procurados pela reportagem, Neves e Ferraz não foram encontrados até as 18 horas.

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