Brasil

Coordenador defende trabalho integrado para prevenir uso de drogas

postado em 04/10/2009 11:16
Curitiba (PR) - O coordenador de Articulação de Políticas de Prevenção da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Aldo Costa Azevedo, disse que a Política Nacional Sobre Drogas (Pnad) prioriza ações de prevenção e valoriza abordagens comunitárias e redes sociais. %u201CNão adianta trabalhos isolados, o problema é relacional". Segundo Azevedo, o governo atualizou ações que eram voltadas mais para a repressão, para prender principalmente usuários pensando na redução da oferta de drogas. Para ele, a polícia tem que trabalhar em todas as áreas - da oferta ao tráfico e ao combate à violência. "E, para isso, contar com redes já estruturadas, como a Pastoral da Sobriedade", afirmou. O coordenador participa do 1º Encontro Sul-Brasileiro de Prevenção ao uso de Drogas, promovido pela Pastoral da Sobriedade, que será encerrado hoje (4). Desde a noite de sexta-feira (2), integrantes da pastoral de todo o país discutem na capital paranaense os avanços na prevenção, o atendimento a familiares e a recuperação da dependência química. A pastoral, com sede em Curitiba, é referência para o governo federal. De acordo com Aldo Azevedo, está ocorrendo uma articulação com vários ministérios e a sociedade civil %u201Cde ações de capacitação de atores sociais que vão fazer a prevenção na ponta, onde está o problema%u201D. Em parceria com o Ministério da Educação, a Senad tem cursos a distância, como o que capacita professores para lidar com o problema. Já na terceira edição, com encerramento no fim do ano, 50 mil professores foram habilitados até agora a identificar o problema, levantar a realidade local e pensar num projeto de prevenção específico. %u201DA meta é, a cada ano, realizar dois cursos compostos por 25 mil educadores", informou o coordenador. Ele destacou a parceria do governo e igrejas na prevenção do uso de drogas, uma atuação inédita que não acontece em nenhum outro país. O projeto Prevenção do Uso de Drogas em Instituições Religiosas e Movimentos Afins - Fé na Prevenção tem levado o governo a mapear grupos religiosos de todas as crenças. A ideia é capacitar, até 2011, 20 mil líderes religiosos para atuar na prevenção do uso de álcool e outras drogas que geram comportamentos de risco e situações de violência. O coordenador disse que no país 12% da população têm algum tido de dependência química. As aulas, gratuitas, da primeira turma do Fé na Prevenção começam no próximo dia 14, com 5 mil inscritos. A capacitação vai durar dois meses e terá certificação de extensão universitária pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Fundada em Curitiba em 1998, numa iniciativa de dom Irineu Danellon, bispo de Lins (SP), e alguns leigos, a pastoral teve sua metodologia desenvolvida pelo padre e atual assessor eclesiástico nacional, João Ceconello. Denominada Programa de Vida Nova, a metodologia é baseada em reuniões de autoajuda, com adaptação espiritual dos 12 Passos de Alcoólicos Anônimos. %u201CEstamos comemorando o décimo-primeiro aniversário da pastoral, atingindo desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul. São 1,2 mil grupos de autoajuda por onde já passaram aproximadamente 3 milhões de pessoas%u201D, diz dom Irineu. Segundo ele, não há um número exato, mas a pastoral estima que cerca de 70 mil jovens que eram dependentes químicos estão vivendo em sobriedade, abstinentes, graças à atuação da pastoral. O êxito do programa está no fato de o trabalho de recuperação começar pela família, que tem que estar envolvida em todo o processo. %u201CMesmo que o filho resista ao tratamento, que inclui internamentos e ajuda profissional das comunidades terapêuticas, com psicólogos e psiquiatras, a família tem a obrigação de perseverar%u201D, alertou o padre João Ceconello.

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