Brasil

Marinha diz que rajadas de ventos verticais podem ser a causa do naufrágio do veleiro-escola

postado em 20/02/2010 17:17
Rajadas de vento verticais, evento de difícil previsão, teriam provocarado o naufrágio do veleiro-escola canadense Concórdia na última quarta-feira (17/2), a 300 milhas marítimas (550 km) do litoral do Rio de Janeiro, próximo à cidade de Cabo Frio, segundo oficiais da Marinha brasileira.

[SAIBAMAIS]Os 64 tripulantes resgatados passarão esta tarde na Base Naval do Rio de Janeiro para resolução de trâmites no Departamento de Imigração da Polícia Federal. Eles deverão retornar a seus países de origem na próxima semana.

Algumas das estudantes do Concórdia ; Keaton Jane Farwell (17 anos), Lauren Unsworth (16 anos), Olívia Aftergood (16 anos) e Katherine Irwin ( (16 anos), todas do Canadá ; relataram ter recebido noções de sobrevivência em situações de emergência no mar. Elas relataram que durante o naufrágio, vestiram as roupas de emergência e passaram às balsas salva-vidas.

As estudantes foram resgatadas por um navio japonês, com tripulação filipina. ;Eles foram muito gentis. Não temos como agradecer a receptividade que tivemos;, manifestaram. Os tripulantes foram transferidos para a fragata brasileira Constituição. As meninas disseram não ter tido ainda contato com os pais, que entretanto, já foram avisados do naufrágio pelas autoridades do Canadá.

O Condórdia foi localizado graças ao equipamento conhecido como Epirb (Emergency Position Indicating Radio Beacon), que emite sinais de emergência para estações na costa e/ou para satélites geoestacionários.

O veleiro pertence à West Island College International e realizava a travessia de Recife para Montevidéu, no Uruguai, quando foi surpreendido pelo tempo adverso. Por volta das 17 horas do último dia 18, o comando do 1; Distrito Naval foi informado dos sinais transmitidos pelo EPIRB e solicitou que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) fizesse investigações no local. A aeronave localizou uma balsa salva-vidas com pessoas nas proximidades de onde foi detectado o sinal de emergência. A tripulação do veleiro canadense permaneceu entre 38 e 40 horas nas balsas salva-vidas.

O comandante da fragata brasileira Constituição, capitão de corveta Marcos Borges Sertan, foi comunicado pelo 1; Distrito Naval e acionou a tripulação que, em cinco horas já estava no mar. O comandante do 1; Distrito Naval, vice-almirante Gilberto Max, afirmou que ;a ação principal de não ter vítimas no naufrágio foi do comandante do navio, que conseguiu que todos os tripulantes pegassem as balsas (salva-vidas);.

Gilberto Max destacou também o fato de o equipamento EPIRB ter ficado junto à tripulação, facilitando sua localização pela FAB e o pronto acionamento da Marinha e dos navios mercantes que se encontravam próximos ao local. ;Foi profissionalismo de todos os lados;. Acrescentou que esse somatório de esforços fez com que o resgate fosse um sucesso.

O capitão do Concórdia, o norte-americano Also William Curry, disse não se considerar um herói. ;Heróis são os estudantes;. Ele salientou que um dos pontos que ajudaram no salvamento da tripulação foi o fato de os estudantes estarem em salas de aula, próximo ao convés, quando o veleiro emborcou no mar, após as 14 horas do dia 17.

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