Brasil

PF barra tráfico de animais

Agentes prenderam 34 pessoas, entre eles diretores de um instituto ambiental e um coronel. Também foram apreendidos pássaros com um dos chefes da quadrilha

postado em 01/07/2010 08:15
Depois de oito meses de investigação, a Polícia Federal desarticulou o maior esquema de tráfico de animais existente no país. Durante a Operação São Francisco, desencadeada ontem em três estados, a PF prendeu 34 pessoas, incluindo três diretores do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), um coronel que chegou a ser responsável pelo combate a esse tipo de crime e um funcionário do Tribunal de Contas paranaense. Além disso, os agentes federais fizeram 42 buscas e apreensões, inclusive em outros países, por meio da Interpol.

Durante a operação, a Polícia Federal prendeu Márcio Rodrigues ; o único que teve o nome revelado ; considerado um dos maiores traficantes de aves do Brasil atualmente. Ele estava em uma chácara em São José dos Pinhais, zona metropolitana de Curitiba. Com ele, foram apreendidos diversos pássaros, que estavam em viveiros prontos para reprodução. Rodrigues chefiava um esquema que importava ilegalmente aves de outros países para o Brasil e traficava espécies nacionais para o exterior.

Segundo a PF, o tráfico de pássaros brasileiros tem crescido nos últimos anos em função do preço alcançado em países estrangeiros, principalmente na Europa e na Ásia. Um ovo de arara, normalmente capturada no interior de Goiás ou da Bahia, pode chegar a US$ 3 mil em outros continentes, enquanto um casal da espécie de papagaio cacatua custa em torno de R$ 120 mil na República Tcheca, um dos principais mercados para esse tipo de crime. No ano passado, a PF realizou uma ação semelhante, ao desbaratar uma quadrilha internacional de traficantes de aves, durante a Operação Oxóssi, desencadeada no Rio de Janeiro e em vários países.

Os presos na Operação São Francisco ; nome dado em alusão ao santo considerado protetor dos animais ; vão responder por formação de quadrilha, tráfico internacional de animais, tráfico de influência, crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e ocultação de bens. A Polícia Federal está estudando a possibilidade de repatriar as aves estrangeiras para seus países de origem.

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