Brasil

Comissão do Ministério da Justiça analisa anistia de Betinho

postado em 18/08/2010 13:38
Brasília ; Treze anos depois de sua morte, Herbert José de Souza, o Betinho, deverá ser anistiado. A família do sociólogo ouvirá na tarde desta quarta-feira (18/8) um pedido formal de desculpas da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça por causa da perseguição política sofrida pelo intelectual durante a ditadura militar (1964-1985).

Betinho, muitos anos antes de liderar a campanha de combate à fome (1992), foi um dos fundadores da Ação Popular (AP), organização marxista, também ligada à Igreja Católica, que atuou na resistência ao regime militar. No começo da década de 1970, Betinho foi para o exílio (morou no Chile, Panamá, Canadá e México) e em 1979, retornou ao país. Betinho é o ;irmão do Henfil;, cantado por Elis Regina na música O Bêbado e a Equilibrista, de João Bosco e Aldir Blanc.

A família de Betinho poderá ter direito a uma indenização. A definição sobre o pagamento e o valor será feita durante a sessão de julgamento da Comissão de Anistia, que terá início às 14h na Câmara dos Deputados, durante o 4; Seminário Latino-Americano de Anistia e Direitos Humanos.

A Comissão de Anistia também analisará o processo do jornalista Mário Alves de Souza Vieira, que trabalhou nos jornais de oposição à ditadura Momento, Voz Operária, Tribunal Popular e Novos Rumos. Mário Alves, supostamente morto no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do Rio de Janeiro, foi porta-voz do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e fundador do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).

Além de Betinho e Mário Alves, a Comissão de Anistia julgará os casos do camponês José Moraes Silva (perseguido durante a Guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1975); do escriturário Raul de Carvalho (filho de Apolônio de Carvalho, preso e banido do país); do diplomata Jom Tob de Azulay (que supostamente se afastou do Itamaraty em 1976 por causa da perseguição política); do militar Jeferson Cardim de Alencar Osório (reformado pelo Ato Institucional n; 1); e da professora Maria do Socorro de Magalhães, também ligada ao Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação