Brasil

Óxi começa a se espalhar por todo o Brasil

Luiz Ribeiro/Estado de Minas - Enviado especial
postado em 12/05/2011 07:49
Montes Claros (MG) ; Um exame laboratorial da perícia técnica da Polícia Civil de Minas Gerais vai esclarecer se uma quantidade de droga apreendida na terça-feira à tarde em Montes Claros, município da região norte do estado, é crack ou oxi, uma substância consumida desde a década de 1980, especialmente na Região Norte, que agora começa a se espalhar pelo restante do país. Caso haja a confirmação, seria a primeira ocorrência do comércio ilegal do produto registrada pelas autoridades no estado. O oxi é resultado de uma mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem, que tem efeitos mais devastadores do que o crack.

A droga estava em poder de Alessandra de Jesus, 25 anos, e de M.J.P., 17. Elas foram abordadas pela Polícia Militar quando iam embarcar em um táxi na Avenida Artur Bernardes, no centro de Montes Claros. A dupla pretendia viajar para Januária, cidade de origem das moças, às margens do Rio São Francisco, a 602 quilômetros de Belo Horizonte.

Alessandra e M.J.P. tinham deixado Januária na manhã de terça-feira e viajado para Montes Claros, onde a Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima de que elas receberiam um pacote com entorpecentes. Assim, as suspeitas passaram a ser monitoradas pelo serviço de inteligência da PM, que as abordou pouco depois de receberem a encomenda. Três grandes pedras da substância foram encontradas em uma bolsa de viagem. Alessandra e sua colega não informaram a origem da droga nem quanto pagaram pelo produto. As duas suspeitas e a droga foram levadas para a delegacia da Polícia Federal em Montes Claros, que, logo em seguida, passou o caso à Polícia Civil.

Mesmo sem a confirmação oficial, logo após a prisão, o 50; Batalhão de Polícia Militar de Montes Claros informou que se tratava de oxi, destacando que a apreensão da droga era a primeira em Minas Gerais. O caso ganhou repercussão especialmente porque o tráfico desse tipo de entorpecente começa a se espalhar no país.

86 pedras
Também na terça-feira, um homem de 23 anos foi preso em Itapetinga, a 552km de Salvador, suspeito de traficar oxi. Segundo o delegado Roberto Leal, responsável pelo caso, uma perícia será feita para confirmar que o produto apreendido se trata mesmo da substância. Com o suspeito, identificado como Vinicius Ribeiro Moura, foram encontradas 86 pedras pequenas e uma maior do produto.

;Inicialmente, os policiais pensaram que se tratava de crack. Mas depois de fazer uma análise, o perito apontou que podia ser oxi;, informou José Bispo, escrivão da delegacia de Macarani, município próximo a Itapetinga. Um laudo deve ficar pronto em 30 dias para confirmar o tipo da droga.

Na segunda-feira, em São Paulo, agentes do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) encontraram, em um hotel na região da Cracolândia, cerca de mil pedras de oxi. Foi a maior apreensão feita do ano, segundo o Denarc. No Distrito Federal, ainda não houve registros oficiais do tráfico desse tipo de entorpecente.

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