Brasil

Brasileiros acham que há racismo, mas somente 1,3% se consideram racistas

Individualmente, o brasileiro tem o costume de dizer que não é preconceituoso, mas está convencido de que vive em um país no qual as pessoas são discriminadas em função da cor da pele. Esse perfil consta de uma pesquisa inédita, à qual o Correio teve acesso

postado em 25/03/2014 06:01
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O preconceito é uma marca comum no cotidiano dos brasileiros. Está nas casas, nas escolas e no ambiente de trabalho. Dados preliminares de uma pesquisa inédita do Instituto Data Popular põem à prova o mito da democracia racial. O estudo, em fase de conclusão, mostra que, apesar de 92% dos brasileiros acreditarem que há racismo no país, somente 1,3% se considera racista. O instituto calculou que 92 milhões (68,4%) dos brasileiros adultos já presenciaram um branco se referir a um negro como ;macaco;. E, destes, apenas 12% tomaram alguma atitude. O levantamento mostra ainda que um em cada seis homens brancos não queria ver uma filha casada com um homem negro.

A cantora Naiara Lira já ficou perplexa com o




[SAIBAMAIS] ;O racismo é um crime sem pai e sem mãe. Dizem que existe, mas não admitem que são racistas. As pessoas querem colocar isso (democracia racial) como parte da cultura do Brasil, mas isso é mentira. É uma farsa criada e, a cada dia, precisamos desconstruí-la. É importante que a sociedade veja que nunca será desenvolvida, cidadã e democrática enquanto conviver com esse tipo de crime;, analisa Carlos Alberto Júnior, ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). ;O caso de Cláudia, em primeiro lugar, não é um caso isolado. Infelizmente, aconteceu. Mas, felizmente, foi gravado. Casos assim têm acontecido quase que sistematicamente, e é isso que estamos combatendo;, diz o ouvidor.

A estarrecedora forma como Cláudia da Silva Ferreira foi ;socorrida; por policiais militares (leia Memória), no Rio de Janeiro, ganha eco em Brasília. Um ato contra o racismo, marcado para o fim da tarde de hoje, na Praça Zumbi dos Palmares, em frente ao Conic, prestará homenagem à brasileira vitimada por uma sociedade que ;autoriza; que negros sejam ;assassinados diariamente;, como diz a nota que convoca as pessoas para participarem da manifestação. ;Ela deixou de ser Cláudia e virou ;a mulher arrastada;. O fato de ela ter perdido o nome já diz muito;, exemplifica Naiara Lira, de 28 anos, que estará no evento.

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