Brasil

Governo oferece fortificação alimentar para 6,8 mil creches públicas

Para reduzir casos de anemia e carência nutricional, quase 7 mil creches públicas receberão fortificação alimentar por meio do programa NutriSUS.

postado em 02/03/2015 16:23
Os ministros da Saúde, Arthur Chioro, e do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Tereza Campello, lançaram hoje (2), em Niterói, região metropolitana do Rio, o programa NutriSUS, que oferece fortificação alimentar a mais de 6,8 mil creches públicas do país.

A iniciativa tem por objetivo reduzir a incidência de anemia e carências nutricionais na infância, principalmente no Nordeste, região que concentra dois terços das creches atendidas.

A ministra Tereza Campello informou que o lançamento foi simbólico, porque o programa já estava sendo experimentado em 151 municípios. "Não fizemos o lançamento de uma promessa. O NutriSUS já está ocorrendo e será ampliado a partir deste semestre. É uma ação concreta. As crianças brasileiras têm direito à alimentação pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae)", disse a ministra.

De acordo com a ministra, a fortificação coloca o Pnae em nova fase.

"Já nasceu a primeira geração de crianças livres da fome e que estão na escola. O Brasil saiu do mapa da fome, mas isso não é suficiente. Queremos nossas crianças sem anemia e crescendo. E o NutriSUS veio para complementar esse conjunto de ações", acrescentou a ministra.

Arthur Chioro afirmou que a ação vai além da redução da mortalidade infantil por desnutrição. "É fundamental para garantir o pleno desenvolvimento na infância, enfrentar a mortalidade infantil, as infecções, desnutrição, a obesidade e ainda uma série de problemas de saúde da idade, por conta da anemia, deficiência de ferro e microorganismos".

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Ainda no primeiro semestre deste ano letivo, sachês com ferro, vitaminas, zinco e outros nutrientes serão adicionados à alimentação das creches selecionadas. Ao todo, 40 milhões de sachês devem ser comprados em 2015, resultando em investimento de R$ 12,5 milhões.

Parceria com o Laboratório Farmacêutico da Marinha do Brasil permitirá a transferência da tecnologia de produção do sachê, que atualmente é importado.

Durante 60 dias, os sachês serão misturados à refeição diária das crianças. Após pausa de quatro meses, a criança volta a receber a forificação por outros 60 dias. Segundo o ministro da saúde, a suplementação não tem restrições. Chioro explicou que as crianças sem deficiência de nutrientes os eliminarão naturalmente, sem que haja prejuízos à saúde.

Para participar da iniciativa, os municípios precisaram se inscrever no Programa Saúde na Escola. Para 2015, o governo federal priorizou creches com pelo menos 95% de crianças com idade entre 6 e 58 meses. Outro critério é atender municípios do Norte e do Nordeste e creches do Sudeste, Sul e Centro-Oeste com ao menos 110 alunos na faixa etária priorizada.

De acordo com a última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), de 2006, 20,9% das crianças brasileiras com menos de 5 anos têm anemia. O percentual atinge 25,5% no Nordeste e 22,6% no Sudeste. No Norte, a taxa é 10,4%. Comunidades indígenas também estão no radar do programa, já que, conforme a pesquisa, a anemia nesses locais chegou a 50%.

Diretora-adjunta da Unidade Municipal de Ensino Infantil Professora Odete Rosa da Mota, Viviane Evangelista disse que as crianças não reclamam do gosto do suplemento. Acrescentou que, quando a creche foi selecionada para o período experimental, iniciado em setembro de 2014, os pais foram informados e concordaram com o programa.

Para evitar desperdício dos nutrientes, os professores misturam o conteúdo do sachê nas primeiras colheres oferecidas às crianças. "Ainda não houve qualaquer tipo de reação e todas as que iniciaram o programa estão recebendo".

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