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MP diz que risco de nova catástrofe em Minas é "acentuadíssimo"

Justiça dá prazo para mineradora Samarco adotar medidas emergenciais, entre elas, o esvaziamento da Hidrelétrica Risoleta Neves

postado em 29/11/2015 10:42
Barragem de Germano pode se romper, segundo Ministério Público de Minas

O ;perigo iminente; do rompimento das barragens de Germano e de Santarém e das estruturas remanescentes (diques 2, Sela, Tulipa e Selinha), em Bento Rodrigues, levou a Justiça a determinar que a mineradora Samarco apresente à Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Minas Gerais e ao Departamento Nacional de Produção Minerária (DNPM), no prazo de três dias, um plano de emergência para evitar que a tragédia de 5 de novembro se repita, causando mais mortes e destruição ambiental. A decisão é da1; Vara da Fazenda Pública Estadual. Conforme determinação do juiz Michel Curi e Silva, acatando ação cível ambiental impetrada pelo Ministério Público de Minas Gerais e governo de Minas Gerais.

Na solicitação, os promotores informam que as estruturas remanescentes na Mina do Germano não apresentam segurança satisfatória e se baseiam em estudos técnicos feitos por determinação do MP. Também alegam que consta dos autos do inquérito uma avaliação geotécnica feita pela própria Samarco, que concluí que ;as estruturas inspecionadas apresentam-se comprometidas;. Para o MP, o risco de ocorrer catástrofe ainda mais devastadora é ;acentuadíssimo.;

Uma das medidas que a Samarco deve adotar, de acordo com a determinação da Justiça, é esvaziar, até esta segunda-feira (30), a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, em Santa Cruz do Escalvado, a 100 quilômetros de Mariana. O prazo dado começou a contar na sexta-feira, quando os réus foram notificados da liminar da 1; Vara da Fazenda Pública Estadual. A estrutura da represa será usada para amortecer nova onda de lama em caso de eventual rompimento de alguma das barragens do Complexo de Germano.

Repovoamento
O repovoamento do Rio Doce, dizimado com a morte de mais de 11 toneladas de peixes, deve começar depois das chuvas de verão com a volta de espécies mais resistentes, como carás, lambaris, bagres e traíras, segundo especialistas. Mas o retorno de outras espécies, particularmente as migratórias, será demorado. Isto porque o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, em Mariana, na Região Central de Minas, ocorreu menos de uma semana depois do início da piracema, período em que os peixes subiriam o rio para desova. Com a tragédia, muitas dessas espécies, que começariam a reprodução durante a temporada de chuvas ; quando a vazão sobe, geralmente em dezembro e janeiro ;, morreram antes de desovar.

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