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STJ mantém indenização a vítimas do césio-137 em Goiás

Decisão da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça é unânime e beneficia vítimas que tiveram de sair de suas casas depois do acidente ocorrido em 1987

Agência Estado
postado em 24/04/2016 12:32

Em votação unânime, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão que condenou o Estado de Goiás a indenizar, por danos morais e materiais, moradores de Goiânia que foram desalojados de suas casas por causa do acidente radioativo com o Césio-137, ocorrido em 1987.

Depois do acidente, foi isolada uma área de 2.000 metros quadrados, compreendendo 25 casas, cujos moradores tiveram de deixar suas casas para remoção do material radioativo. A residência dos autores da ação foi a única construção a ser demolida e o local concretado para isolar o lixo radioativo por um período de 150 anos.

[SAIBAMAIS]

As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (22) no site do Superior Tribunal de Justiça. A sentença fixou a indenização em um terço do valor da causa, pelos danos materiais, quantia acrescida de 25% pelos danos morais, montantes atualizados e aos quais seriam adicionados de juros de mora a partir do trânsito em julgado da sentença. A reportagem tentou contato com o procurador-geral do Estado de Goiás Alexandre Tocantins, mas ele não atendeu às chamadas telefônicas.

Histórico

Em 1987, mais de cem pessoas morreram contaminadas e outras 1,5 mil foram afetadas pelo material radioativo Césio 137 em Goiânia, Goiás. Um aparelho radiológico com cápsula do metal foi roubado em 13 de setembro por catadores em um terreno abandonado do Instituto de Radioterapia de Goiânia Nesse contato, eles tiveram náuseas e vômitos, que foram primeiro relacionados à alimentação.

Alguns dias depois, o aparelho foi vendido para um dono de ferro-velho, que abriu a cápsula. Encantado pela luz azul emitida no escuro pela substância tóxica, ele a mostrou a parentes e amigos, contaminando-os. Em 23 de outubro, morreram as primeiras pessoas vítimas da radiação. O governo de Goiás foi duramente criticado pela demora em tomar ações e pela maneira com que a limpeza das áreas afetadas foi realizada.

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