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TJ determina que estudantes desocupem Assembleia de SP em até 24 horas

Caso os manifestantes não saiam do prédio dentro do prazo estipulado deverá ser chamada uma audiência de conciliação

Agência Estado
postado em 05/05/2016 13:30
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que os estudantes que estão no plenário da Assembleia Legislativa (Alesp) desocupem o imóvel no prazo máximo de 24 horas, sob pena de multa individual de R$ 30 mil para cada ocupante identificado Os alunos entraram na Alesp em protesto pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue a Máfia da Merenda, que envolve o presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB). Capez nega.

O juiz da 1.; Vara da Fazenda Pública da Capital, Sergio Serrano Nunes Filho, acatou nesta quinta-feira(5/5), o pedido porque "a presente situação de supressão total de direito alheio e obstrução de funcionamento de Poder da República, máxime ante a atual vigência de normalidade democrática, não se coaduna com o direito de manifestação na forma prevista na Constituição e que comporta vários outros modos de exercício dentro da legalidade e da necessária e salutar coexistência de tais garantias".

[SAIBAMAIS]Para o magistrado, "o fato de haver eventuais adolescentes no local não os exime do cumprimento da Lei e de ordens judiciais enquanto vigentes, devendo haver, porém, maior comedimento e precaução dos agentes públicos envolvidos na execução de eventual reintegração forçada. Face o local a ser reintegrado na posse da autora e as peculiaridades do presente".



O juiz ainda pede em sua decisão que os estudantes sejam notificados nesta quinta-feira. Caso os manifestantes não saiam do prédio dentro do prazo estipulado deverá ser chamada uma audiência de conciliação. Se dessa reunião não houver nenhum acordo, será expedida a ordem de reintegração de posse, "autorizando-se eventual uso estritamente necessário, comedido e proporcional de força policial, por meio de efetivo adequado, treinado e preparado para viabilizar a desocupação nos termos da Lei e da Constituição, devendo a presente ordem judicial, repita-se, ser cumprida pelos agentes responsáveis pela sua execução com especial cuidado e comedimento, face o local de ocupação e a possível presença de adolescentes".

Centro Paula Souza
Nesta quinta-feira(5/5), a Secretaria de Segurança Pública (SSP) adiou a reintegração de posse do Centro Paula Souza, marcada para às 10 horas, por considerar "ilegais" e "abusivas" as medidas estabelecidas pela Justiça, como o veto ao uso de armas letais e não letais e a exigência da presença do secretário Alexandre de Moraes na operação. Estudantes das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) de São Paulo ocuparam a sede administrativa do centro em protesto contra a falta de merenda nas unidades.

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