Brasil

População de Rio Branco está à beira do racionamento de água

Responsável pelo abastecimento da capital acriana atinge o menor nível da história e governo aguarda que a União reconheça decreto de situação de emergência. Redução do Rio Solimões também começa a preocupar

postado em 30/07/2016 08:57
Para manter o abastecimento da capital, governo acriano abriu novo acesso de captação ao Rio Acre: população de 370 mil pessoas sofre com a seca

O Rio Acre atingiu ontem a menor cota desde 1970 em Rio Branco: 1,49 metro. Os técnicos do Departamento Estadual da Pavimentação e Saneamento (Depasa) calculavam que a marca atingida seria registrada somente na segunda quinzena de agosto. ;Nós não temos plano B para abastecer Rio Branco;, constatou o diretor do Depasa, Edvaldo Magalhães, referindo-se ao fato de que o Rio Acre é a única fonte de captação de água para a população da capital, estimada pelo Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 370,5 mil habitantes. ;Mas ainda não estamos com racionamento;, reiterou.

Nas últimas semanas, o Rio Acre baixou por volta de quatro centímetros por dia. O recorde anterior foi de 1,5 metro, registrado em setembro de 2011. Principal manancial do estado, ele é responsável pelo abastecimeto de nove municípios e deve secar ainda mais até setembro. Segundo especialistas, a baixa umidade do ar e o aumento da temperatura intensificam o processo de evaporação. Outras preocupações são as queimadas urbanas e incêndios florestais, que, em decorrência da seca, aumentam e ganham proporções maiores.



Com a situação crítica, o Depasa abriu novo acesso de captação das águas do Rio Acre e, se necessário, já admite o racionamento na distribuição. O departamento antecipou o plano de contingenciamento elaborado para suportar o período de seca. Atualmente, a capacidade de produção de água está 20% menor. Quatro bombas flutuantes foram instaladas na ETA 2 e mais duas bombas flutuantes na ETA 1, e o Depasa já comprou mais três bombas e outras duas flutuantes. ;Trabalhadores já realizam escavamento no leito do rio para tentar melhorar a possibilidade de captação;, pontuou Magalhães. ;Se baixar de um metro, teremos que fazer intervenções maiores.;

A estiagem já impacta o escoamento da produção dos ribeirinhos. O governador do Acre, Tião Viana, decretou situação de emergência da bacia do Rio Acre, no início do mês, ainda não reconhecido pelo governo federal. Caso o Palácio do Planalto confirme o decreto, o estado terá acesso a recursos emergenciais. O governo local afirma que tem intensificado fiscalizações e o combate ao desmatamento, além de pedir a economia no consumo de água para a população local.

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