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Um ano depois, moradores de Mariana ainda esperam compensação pela tragédia

Num cenário de devastação, moradores ainda resistem ao desastre e esperam ser compensados pelo maior desastre ambiental do Brasil

postado em 05/11/2016 09:00
Num cenário de devastação, moradores ainda resistem ao desastre e esperam ser compensados pelo maior desastre ambiental do Brasil

Passados 12 meses da tragédia de Mariana, foram tímidas as ações para corrigir os danos ambientais, afirmam especialistas em sustentabilidade ambiental e recursos hídricos. Eles também apontam ;falta de vontade política; por parte do poder público para reparar os prejuízos do maior desastre ambiental da história. ;No Brasil é assim: toda vez que ocorre um grande acidente ambiental, assistimos a muita discussão. Mas, passado algum tempo, tudo cai no esquecimento.

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Na prática, nada é feito. Infelizmente, é isso a que estamos assistindo no caso de Mariana. Passado um ano, houve muita conversa, mas a situação da população atingida ainda é incerta;, afirma o professor e pesquisador Carlos Martinez, do Centro de Pesquisa Hidráulica e Recursos Hídricos (CPH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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;Espero é que não aconteça em Mariana o mesmo que ocorreu na tragédia das chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro, onde mais de 900 pessoas morreram, no início de 2011, e até hoje a situação não foi devidamente esclarecida pelo Estado brasileiro;, acrescentou a professor. Segundo ele, antes de 5 novembro de 2015, a Bacia do Rio Doce já era intensamente agredida.

;Com a ruptura da barragem de rejeitos, a degradação ; que já existia havia cerca de 100 anos, aumentou. Na prática, pouca coisa foi feita para a recuperação da bacia;, avalia Martinez.

A limitação do trabalho de recuperação da Bacia do Rio Doce também é apontada pelo professor Francisco Barbosa, da disciplina de ecologia aquática do Departamento de Biologia da UFMG. ;Vejo e ouço muito falatório a respeito, muitas discussões do tipo ;criação de um fundo de R$ 20 bilhões, a ser constituído em 10 anos, para ser utilizado na recuperação;. Recuperação de quem? Do que? Vejo discussões na mídia, mas não necessariamente discussões técnicas comprometidas, discussões com apresentação de propostas concretas para as diversas frentes da tragédia;, criticou.

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