Brasil

Embarque da delegação da Chapecoense foi alterado após veto da Anac

Delegação seguiu em voo regular até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia e de lá seguiu no avião da LaMia. Grave acidente aéreo deixa 75 mortos

Jacqueline Saraiva
postado em 29/11/2016 09:58
O voo fretado da empresa Línea Aérea Mérida Internacional de Aviación (LaMia), que causou a tragédia aérea na Colômbia nesta segunda-feira (28/11), partiria do aeroporto de Guarulhos para Medellín, mas foi vetado pela Agência nacional de Aviação Civil (ANAC), devido à lei nacional. O planejamento da delegação precisou então ser alterado. No acidente, 75 das 81 pessoas que seguiam no voo morreram, incluindo os jogadores do clube brasileiro.

[SAIBAMAIS]Após a decisão da ANAC, a Chapecoense seguiu em um voo regular da companhia boliviana BoA até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. De lá, pegou o avião fretado da LaMia que sairia originalmente do aeroporto de Cumbica. Entre os passageiros estavam 22 jogadores do time catarinense, além de 21 jornalistas.

A aeronave utilizada pelo time catarinense é de fabricação da empresa britânica British Aerospace, modelo Bae 146, e estavam previstas neste voo as presenças do presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, Plínio David De Nes Filho, do deputado estadual Gelson Merisio (PSD-SC), presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, e o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, mas eles acabaram não embarcando após a determinação da ANAC e haviam decidido seguir para a Colômbia em um voo comercial.

O nome do prefeito, que viajaria como convidado da Chapecoense, chegou a ser confirmado na lista de passageiros deste voo que caiu na Colômbia, mas ele acabou não embarcando neste avião que levaria o time para a disputa do jogo de ida da final da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira, contra o Atlético Nacional, confronto agora cancelado pela Conmebol por motivos óbvios.

Em nota, a ANAC afirmou que o pedido foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. "O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada", escreveu. A agência informou também que "explicou ao solicitante do pedido, a empresa boliviana Lamia Corporation, que o transporte poderia ser realizado por empresa aérea brasileira ou colombiana, nos termos dos acordos internacionais em vigor".

Leia a íntegra da nota da ANAC:

Brasília, 29 de novembro de 2016 - A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informa que a empresa boliviana Lamia Corporation solicitou autorização de voo à ANAC para o transporte do time de futebol Chapecoense que faria um torneio na Colômbia. O voo partiria do Brasil para a Colômbia, na segunda-feira, 28/11, segundo a solicitação. O pedido foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada.
Complementando a negativa do pedido, a ANAC informou ao solicitante do voo que o transporte poderia ser realizado por empresa aérea brasileira e/ou colombiana, conforme a escolha do contratante do serviço, nos termos dos acordos internacionais em vigor.
A ANAC se solidariza com os familiares das vítimas do acidente ocorrido nesta madrugada, 29/11, com o time da Chapecoense, nas proximidades de Medellín, na Colômbia.

Com informações da Agência Estado

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