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PF deflagra operação no Pará contra fraudes de quase R$ 1 bi na floresta

Agentes cumprem 27 mandados na Operac%u0327a%u0303o Anhanga%u0301 Arara contra organização formada por uma família acusada de desmatamentos

Agência Estado
postado em 04/10/2017 09:24
Para burlar a fiscalização e dar teor legal à madeira, o grupo fraudava créditos florestais
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (4/10), a Operação Anhangá Arara contra fraudes de quase R$ 1 bilhão na floresta. A operação tem por objetivo a desarticulação de associação criminosa que coordenava a extração ilegal de madeiras nobres dentro da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca.

Em nota, a PF informou que são cumpridos 27 mandados nas cidades de Uruará/PA, Placas/PA, Rurópolis/PA, Santarém/PA, Castelo dos Sonhos- Altamira/PA, Porto União/SC, Curitiba/PR e União da Vitória/PR.

Foram expedidos pela Justiça Federal de Altamira 10 ordens de condução coercitiva, 11 mandados de sequestro de bens e valores, 6 mandados de busca e apreensão em empresas/casas pertencentes aos investigados e a suspensão das atividades empresariais das empresas envolvidas no esquema criminoso. Participam da ação aproximadamente 40 policiais federais.

Segundo a PF, a investigação começou após relatório da Operação Cachoeira Seca, realizada pelo Ibama, que apontou que a TI Cachoeira Seca estava sendo alvo de exploração ilegal de madeira por madeireiras clandestinas. Durante as averiguações, foi identificado um grupo empresarial composto por familiares, cujo o patriarca era o responsável pela coordenação da extração ilegal de madeira em áreas protegidas e por escoar a madeira para as empresas do grupo familiar.

Para burlar a fiscalização e dar teor legal à madeira, o grupo fraudava créditos florestais por meio de inserção de dados falsos no Sisflora, além de utilizar Planos de Manejo Florestal de "fachada". Após isso, a madeira era transmitida entre empresas do grupo até ser exportada por meio de portos de Belém e do Sul do Brasil.

Laudo pericial da Polícia Federal estima o dano ambiental em um valor aproximado de R$ 574.912.424,78. O nome Anhangá Arara significa "proteção à morada dos índios", afetada pelas ações dos investigados. Anhangá é o espírito protetor da natureza, figura pertencente ao folclore indígena, enquanto Arara são os povos indígenas que habitam a Terra Indígena Cachoeira Seca.

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