Cidades

Faltam agentes do Detran nas ruas

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postado em 23/07/2008 08:57
O Departamento de Trânsito (Detran) do Distrito Federal terá dificuldades para apertar a fiscalização como anunciado pelo órgão na última segunda-feira (21/07). Dos 320 agentes, apenas 224 atuam diretamente nas ruas. O restante trabalha em funções administrativas como a análise dos recursos dos motoristas autuados, que chegaram a 15 mil nesta semana. Para garantir o direito de defesa das pessoas flagradas cometendo alguma infração ao volante, foi preciso contar com o auxílio de três servidores da Companhia de Planejamento (Codeplan). Até os dois pilotos do helicóptero do Detran ; que está na revisão ;, foram convocados para o serviço burocrático. ;No início do dia (ontem), foram despachados 4 mil processos;, contou o diretor-geral do Detran, Jair Tedeschi. Para ele, o número é significativo. O respeito à faixa de pedestres, o uso do cinto de segurança nos automóveis e de capacetes pelos motociclistas serão os alvos que se somarão ao índice de alcoolemia dos condutores na redução dos acidentes e mortes. Tedeschi reconhece que as blitzes quase diárias do departamento não têm como flagrar motoristas e passageiros sem cinto, por exemplo. ;Quando vê a barreira, a pessoa coloca o cinto rapidamente;, disse. Tedeschi destaca que, além das blitzes, o Detran tem a fiscalização móvel, feita por agentes em carros e motocicletas que circulam pelo Distrito Federal na busca de outros infratores, como os caminhoneiros que descarregam mercadorias no Plano Piloto no horário proibido ; das 11h30 às 14h. A estratégia pode esbarrar na matemática. O efetivo do Detran está longe de cumprir o que recomenda a Organização das Nações Unidas (ONU): um agente de trânsito para cada mil veículos registrados. No DF, há cerca de 3 mil carros por agente. De acordo com a relação da ONU, deveriam haver pelo menos mil agentes na capital do país, o dobro do existente. ;Está faltando gente;, afirma o especialista em trânsito Luís Riogi Miura, ex-diretor dos Detrans do DF e de Maringá (PR). O efetivo reduzido preocupa também o Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran-DF). ;Estão matando os agentes de tanto trabalhar;, protestou José Alves Bezerra, presidente da entidade. Para ele, não houve dimensionamento do problema pelos diversos governantes que passaram pelo Palácio do Buriti. O sindicato reivindica que pelos menos as vagas dos agentes que saem por aposentadoria, por exemplo, sejam preenchidas. Os cerca de 800 homens do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTrans) e da Companhia de Polícia Rodoviária (CPrv) reforçam a fiscalização do trânsito na capital, mas a polícia não é considerada a solução ideal para o problema. ;A PM tem a força policial, mas sem independência. Se um coronel é pego numa blitz, basta ele fazer uma ligação para ser liberado;, destacou Miura.

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