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2 mil pílulas de ecstasy são apreendidas pela polícia

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postado em 16/08/2008 08:44
Dois mil comprimidos de ecstasy e dezenas de frascos de esteróides anabolizantes foram apreendidos nesta sexta (15/08) com três jovens do Plano Piloto. É a maior quantidade do entorpecente sintético recolhida este ano pela polícia, resultado, segundo a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), do aumento nas operações de combate à venda de entorpecentes. O trio foi preso por agentes da 8ª Delegacia de Polícia (SIA), que apurava havia seis meses a oferta desses produtos na Feira dos Importados. Os agentes continuam a investigar se o trio está ligado a um esquema maior de distribuição de entorpecentes. Felipe Cassiano Lacerda, 22 anos, promotor de eventos, Tiago Luis de Carvalho, 22, e Olivério Lopes de Oliveira Junior, 26, foram detidos no início da manhã de ontem, quando chegavam em suas casas nas asas Sul e Norte. ;Eles portavam parte da droga. O restante estava nas casas dos acusados;, relatou a delegada-chefe da 8ª DP, Deborah Menezes. Os agentes apreenderam 11 frascos e 13 ampolas de anabolizantes, 20 seringas e uma quantidade não divulgada de hormônio do crescimento. A maioria do material estava escondida em um apartamento da 412 Sul (a polícia não divulgou os outros endereços). Antes dessa megaoperação, a polícia do Distrito Federal havia apreendido 500 comprimidos de ecstasy neste ano, segundo o delegado João Emílio de Oliveira, coordenador da Cord. ;O crescimento das estatísticas já era esperado por nós e está associado ao aumento da repressão policial;, avaliou. As prisões de traficantes no DF cresceram 60% entre 2003 ; quando houve 620 flagrantes ; e o ano passado (1.002 ocorrências no total). Forma de consumo A prisão de pessoas de maior poder aquisitivo, moradoras das áreas mais nobres da cidade, tem sido uma constante nas apreensões de drogas sintéticas. Na última quarta-feira (13/08), por exemplo, dois jovens, um morador do Sudoeste e outro do Cruzeiro, foram presos com 575 microsselos de LSD. Para a professora do departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília (UnB), Maria Fátima Sudbrack, isso se refere à forma como essas substâncias são consumidas. ;Não é uma droga de consumo individual. O ecstasy está relacionado a festas de música eletrônica, geralmente freqüentadas pelas classes média e média alta, e o traficante está bem inserido no mundo dos usuários;, observou a professora, conselheira da Rede Nacional de Pesquisa sobre Drogas da Secretaria Nacional Antidrogas. A maior operação contra o tráfico de ecstasy no DF ocorreu no ano passado, período em que a Polícia Civil apreendeu mais de 6 mil pílulas da droga. No início de 2007, a extinta Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) deflagrou a ação Cosme e Damião ; em referência ao nome dado aos comprimidos, também chamados de balas ;, que monitorou os passos do traficante João Euler Pereira Barbosa, o Joãosinho. Ele acabou preso por distribuir o entorpecente em festas de música eletrônica. Com o desenrolar das investigações, agentes se depararam com uma extensa rede de tráfico de ecstasy, que resultou na Operação Bomba, em agosto do mesmo ano. Oito pessoas ; sete homens e uma mulher ; formavam a base da quadrilha que fornecia a droga aos jovens de classe média da capital. A maioria dos traficantes, moradores do Plano Piloto, trabalhava no serviço público, tinha entre 24 e 32 anos. O sistema para o repasse de drogas era sofisticado e incluía o uso de modelos para transportar os comprimidos de outros estados brasileiros para Brasília. A quantidade da droga apreendida pela Polícia Civil em 2007 (até outubro) ; 6.080 ; quase se iguala ao total recolhido pela Polícia Federal nos seis anos anteriores: 7.269 pílulas. Ficha suja Dos três traficantes presos ontem, apenas Olivério tinha passagem pela polícia: responde a processo por ter sido flagrado duas vezes portando entorpecentes. Em depoimento, os acusados não revelaram a origem das drogas e dos medicamentos, mas fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) consultados pela delegada informaram que a maioria dos anabolizantes entrou no país de maneira ilegal. Eles deveriam ter registro feito pelo órgão, mas nenhum apresentava o selo com informações em português. Suplementos alimentares também foram apreendidos e não apresentavam o selo da Anvisa. Todo o material será analisado pelo Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil, inclusive o ecstasy e um pó branco coletado com um dos rapazes. Suspeita-se que a substância seja ou cocaína ou MDMA (metilenodioximetanfetamina), o princípio ativo da droga sintética. Os trio foi autuado por tráfico de entorpecentes, que prevê pena de cinco a 10 anos de prisão, e crime contra a saúde pública (10 a 15 anos de detenção). A venda de anabolizantes e suplementos alimentares ilegais também foi alvo de uma grande ação da Polícia Civil este ano. Na Operação Bomba Atômica, de 11 de junho, agentes da 1ª DP (Asa Sul) com o apoio da Anvisa prenderam 10 pessoas e coletaram centenas de caixas de mercadorias proibidas no Plano Piloto, Sudoeste, Lago Sul, Guará, Taguatinga e em São Sebastião.

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