Cidades

Briga de adolescentes teve segundo round

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postado em 08/02/2009 08:40
A briga que levou cerca de 100 adolescentes de áreas nobres de Brasília ao Parque da Cidade, na tarde de sexta, não acabou com a chegada da Polícia Militar. Minutos depois da confusão, dois rapazes que escaparam dos policiais foram espancados por um grupo de pelo menos seis garotos na 310 Sul. Na delegacia, as vítimas não souberam identificar os agressores. A polícia suspeita que a tocaia seja desdobramento do primeiro embate. Segundo o depoimento de testemunhas, a dupla que protagonizou a briga anterior, no parque, é formada por um morador da 310 Sul e outro do Sudoeste. Vídeos na internet revelam a agressividade deste embate com hora marcada e preocupam a polícia e especialistas em violência (leia ao lado). O primeiro confronto ocorreu por volta das 17h, próximo ao Centro Hípico do Parque da Cidade. A massa que compareceu para assistir ao duelo entre dois adolescentes, divulgado pela internet, tinha entre 12 e 17 anos. Com a chegada da polícia, que recebeu denúncias anônimas, muitos fugiram, inclusive os protagonistas. Dos 40 conduzidos à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), na Asa Norte, quatro depuseram como testemunhas. ;Os demais não tinham o que acrescentar. Conseguimos apelidos dos supostos envolvidos, o que vai ajudar na localização;, contou a delegada de plantão da DCA, Ana Carolina Andrade. De acordo com a polícia, os envolvidos estudam em escolas particulares ; a maioria no Sigma e no La Salle ; e moram no Plano Piloto, Sudoeste e Cruzeiro. Os garotos disseram à polícia que as agressões só pararam quando um dos envolvidos quebrou um dedo da mão ao esmurrar o rival. ;Precisamos localizar os agressores para saber o que gerou a briga e avaliar se há conexão com gangues;, disse Andrade. O comandante do Batalhão Escolar da PM, coronel Nelson Garcia, pensa no passo adiante. ;O trabalho agora é prevenir outros casos lamentáveis;. Roupas rasgadas Enquanto os 40 adolescentes prestavam depoimento na DCA, outros dois chegaram em viatura da PM. Com roupas rasgadas, uma dupla que fugira do Parque da Cidade com a chegada da polícia acabou surpreendida e espancada por garotos na 310 Sul. Eles sofreram escoriações leves. Segundo a polícia, as agressões podem estar relacionadas a uma possível rixa entre jovens da Asa Sul e do Sudoeste. Quatro suspeitos chegaram para reconhecimento na DCA, mas não foram identificados. Os protagonistas podem responder por lesão corporal e formação de quadrilha.
Vídeos reforçam a brutalidade - Imagens foram desfocadas para preservar a identidade dos adolescentes
Gravações feitas com celular e postadas na internet mostram jovens se agredindo no Parque da Cidade e em vários outros pontos do DF. Depois de veiculados por uma emissora de TV, ontem, alguns foram retirados da rede. As imagens reforçam a teoria de que as brigas são organizadas, com hora marcada. Segundo Vicente Faleiros, professor de Serviço Social da UnB e coordenador da ONG Centro de Referência de Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes, a violência entre jovens abastados teria o objetivo de render fama momentânea em busca de identidade. O especialista alerta que o mau uso da tecnologia estimula a espetacularização da violência. ;Há um excesso de individualismo na sociedade. A falta de diálogo em casa é base para o desvio de conduta.; O Batalhão Escolar da PM quer reforçar parceria com o Sindicato das Escolas Particulares para prevenir casos semelhantes.

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