Cidades

A via-sacra das crianças

Quase 200 meninos e meninas participaram da encenação realizada em Planaltina. O mais jovem integrante do grupo tinha só 6 meses

postado em 12/04/2009 08:56
Difícil não se emocionar com espetáculo no início da tarde de ontem em Planaltina. Durante três horas, quase 200 meninos e meninas encenaram a paixão de Cristo com a competência e a concentração de gente grande. O mais novo do grupo era Mikael Silva, de apenas 6 meses. Vestido com uma roupa que lembra a do povo da Galiléia, a presença do bebê na encenação emocionou o pai, Natanael Araújo Silva, 22. Não era para menos. Há 15 anos, era ele que ocupava o palco do Módulo Esportivo de Planaltina. Natanael tinha apenas 8 anos no primeiro ano da Via-Sacra das Crianças. Hoje, é soldado romano no Morro da Capelinha. ;Quero que meus filhos sigam os meus passos em nome de Jesus;, resumiu. A história de Natanael e Mikael resume a encenação feita por crianças e para crianças. Na plateia, das quase 2 mil pessoas, metade era de crianças e adolescentes que, antes da encenação, brincaram em camas elásticas e brinquedos infláveis. Entre os atores, eram poucos os meninos e meninas que não têm, na família, um ator ou coordenador da segunda maior via-sacra do país. O criador da peça, Preto Rezende, que atualmente dirige o espetáculo, levava orgulhoso o neto Ian Alves, de 4 anos. ;Ano passado, na última hora, ele não quis participar. Hoje, fez a minha felicidade;, disse. Na via-sacra dos adultos, na sexta-feira da paixão, Rezende encenou Judas. ;Acho maravilhoso trabalhar para manter viva a nossa memória. Os garotos daqui vão acabar subindo o Morro da Capelinha.; É essa a ideia do casal Wesley Fonseca Fraga, 29 anos, e Maria Betania Ribeiro de Castro. Ele é coordenador de encenação da via-sacra de adultos e ela, coordenadora de uma das passagens. Ontem, ficaram na plateia assistindo ao trabalho de Mikael. Com apenas 3 anos, ele agitava animado as folhagens na passagem de Jesus. Jesus adolescente Na história das crianças, o garoto que faz Jesus merece um capítulo à parte. Com 16 anos, Daniel Nunes Brandão levou tão a sério a responsabilidade que não corta cabelo há um ano. ;Fui Jesus no ano passado e tive a bênção de ser escolhido mais uma vez. É muito bom e quero fazer o melhor trabalho;, disse, emocionado. Assim como ele, estavam as quase 2 mil pessoas que passaram o fim da tarde de sábado louvando a paixão de Cristo.

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