Cidades

Colégio Militar suspende aulas por causa de aluno

Estudante do 8º ano está com sintomas da doença. Semestre deve ser retomado na segunda mas, dependendo do resultado do exame, recesso pode ser estendido por mais uma semana

Rodrigo Couto
postado em 05/08/2009 08:46
O Colégio Militar de Brasília (CMB) decidiu suspender as aulas por causa da gripe A (H1N1), também conhecida como gripe suína. Um aluno da escola, de 13 anos, que cursa o 8º ano e cujo nome não foi divulgado por orientação da Secretaria de Saúde, teve de ser internado ontem no Hospital das Forças Armadas (HFA) com sintomas da doença. O pai dele esteve recentemente na Europa mas não está com sinais de gripe. Os médicos colheram amostras de secreções do garoto para fazer o exame que confirma ou não a doença. Ainda não há previsão de quando o resultado ficará pronto. [SAIBAMAIS] A decisão de suspender as aulas foi anunciada no fim da tarde de ontem pelo comandante-diretor de ensino do Colégio Militar, coronel Wagner Gonçalves. "A previsão é retomar o semestre na segunda-feira. Mas se houver piora no quadro de saúde do garoto ou se sair o resultado confirmando a doença, vamos adiar as aulas por mais uma semana, que é o tempo de incubação do vírus", disse ao Correio. O coronel informou que o paciente começou a sentir febre e dores no corpo ontem, mas não chegou a ir a escola. O garoto estuda em uma turma com cerca de 35 alunos. "A suspensão é preventiva", explicou Gonçalves. Os mais de 3.400 alunos do Colégio Militar retornaram das férias no último dia 27. A direção da escola informou que, à época, não viu necessidade de estender o recesso como ocorreu na rede pública de ensino porque as medidas de precaução - como a orientação a professores e a colocação de sabão líquido, álcool em gel e toalhas de papel nos banheiros - já haviam sido adotadas. Na última segunda-feira (3/8), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reforçou a orientação de que alunos com sintomas de gripe só retornem às salas de aula quando estiverem curados. Mas criticou a suspensão de atividades em escolas inteiras por causa de suspeitas. "Quem não tem sintoma não tem que ficar em casa", disse o ministro. Vestir a camisa No Gama, professores, orientadores, coordenadores e outros funcionários do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 15 decidiram usar camisetas com informações sobre os sintomas, formas de prevenção, contágio e tratamento da Influenza A (H1N1). Vestidos com as peças alusivas desde ontem, os professores explicam que a medida é mais eficaz do que os cartazes e folhetos convencionais. A direção do estabelecimento estuda autorizar, temporariamente, o uso da vestimenta personalizada aos alunos durante o horário das aulas. Autor da iniciativa, o professor João Rosa Borges, 52 anos, que leciona há 23 no Gama e Zona Rural, lembra que teve a ideia no momento em que a Secretaria de Educação decidiu adiar o retorno das aulas no Distrito Federal. "Com as camisetas, a informação circula com mais eficiência e atinge o objetivo: esclarecer os estudantes sobre os sintomas, as formas de prevenção e tratamento da nova gripe", diz Borges. No primeiro lote, foram produzidas 20 peças - todas esgotadas - ao custo unitário de R$ 10. "Todo mundo gostou e aprovou. Já estudamos, inclusive, mandar fazer mais camisas", acrescenta. O objetivo das peças de roupa é esclarecer os 1.158 alunos das 32 turmas de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental do CEF 15 do Gama. Coordenador de Ciências e Matemática da escola, Nelson dos Santos ressalta que a medida é interessante e prática. "A camiseta tem todas as orientações necessárias para se informar sobre essa nova gripe", observa. A orientadora educacional Sônia Bolzan também apoia a iniciativa. "É legal. Mais do que esclarecer os estudantes sobre a enfermidade, é uma forma de que todas as orientações sejam colocadas efetivamente em prática pelos alunos e funcionários", completa. Confira videorreportagem com manifestação de professores no Gama

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