Cidades

Nos primeiros sete dias após a reabertura do cadastro da Codhab, 52.426 pessoas procuraram os postos

Helena Mader
postado em 08/08/2009 08:12
A reabertura do cadastro habitacional do governo causou uma corrida aos postos de atendimento. Nos primeiros sete dias, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF registrou 52.426 inscritos ; mais da metade do número atual de incluídos na lista. A Secretaria de Habitação informa que nem todas essas pessoas farão parte do cadastro. Os documentos apresentados ainda serão avaliados pelos técnicos da pasta. Quem atender aos pré-requisitos poderá esperar na fila para ser beneficiado pela política habitacional do governo.

Uma revisão entre os inscritos deve eliminar pelo menos 35% das pessoas que procuraram a Codhab nos últimos dias. ;Sabemos que muita gente leva todos os integrantes da família para fazer o cadastro. Mas apenas um representante de cada domicílio pode ficar na lista. Vamos cruzar os dados e os CPFs fornecidos para saber quem efetivamente pode fazer parte do cadastro único;, explica o presidente da Codhab, José Luiz Naves.

[SAIBAMAIS]Não é preciso pressa para fazer um registro na companhia porque a lista ficará aberta por tempo indeterminado. A ordem de inscrição não tem relação com a entrega dos imóveis. Têm preferência na política habitacional pessoas com mais tempo de Brasília, menor renda, grande número de familiares, com portadores de necessidades especiais em casa ou com crianças matriculadas na escola. ;Até o fim do mês, vamos fazer uma seleção e excluir do cadastro pessoas que estejam fora dos critérios e inscrições repetidas;, explicou o secretário de Habitação, Paulo Roriz.

Entre as pessoas interessadas em fazer parte do cadastro está a secretária Daniele Gonçalves, 27 anos, que sonha com uma casa para ela, o marido e o filho, de 3 anos. Hoje, a família mora na residência da mãe de Daniele, em Samambaia. ;Moro aqui há 20 anos. Agora me casei e quero meu imóvel, mas é muito difícil comprar;, comentou. Daniele tentou fazer financiamentos, mas não conseguiu uma carta de crédito maior do que R$ 30 mil. ;Uma casa simples custa mais do que isso. Um apartamento sai por R$ 40 mil a R$ 50 mil;, lamenta Daniele, que torce para receber um lote até o fim do ano.

A dona de casa Alessandra Miranda, 26 anos, correu para fazer inscrição na Codhab. Ela é casada e tem dois filhos ; um de 7 anos, outro de cinco meses. A cunhada da dona de casa se juntou à família e os cinco moram em uma residência alugada no Paranoá. Alessandra sonha com a casa própria para se livrar do aluguel de R$ 500. ;Nossa renda é baixa e eu não posso trabalhar porque tenho que cuidar das crianças. Os terrenos estão muito caros, a gente não consegue nem dar entrada no financiamento;, lamentou. Alessandra mora no Paranoá há 17 anos, mas não se importa em mudar de cidade para ocupar o lote oferecido pelo governo. ;Eu iria para qualquer lugar, só não quero ficar no aluguel;, completou.

Nesta semana, a Codhab já convocou 5 mil inscritos que receberão lotes em Planaltina, Sobradinho II, Riacho Fundo II, Ceilândia, Recanto das Emas, Santa Maria, Paranoá, Samambaia e São Sebastião. Os convocados têm 30 dias para se apresentar à Codhab com a documentação necessária para usufruir dos terrenos.

Atualmente, existem 85 mil pessoas na lista do governo. Mas o objetivo da Secretaria de Habitação é fazer uma limpa para reduzir esse número. ;Muitas já morreram, mudaram de faixa de renda ou compraram imóveis e, por isso, não se enquadram mais nos critérios dos programas habitacionais;, explica José Luis Naves. Com os novos inscritos e as exclusões que serão feitas, a expectativa é que o cadastro único tenha 100 mil pessoas até o fim do ano.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação