Cidades

Novo vídeo cita deputados federais

postado em 03/12/2009 10:51
Um novo vídeo com conversas entre o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa e um empresário cita o nome de quatro deputados federais do PMDB, como o presidente da Câmara, Michel Temer (SP). Nos diálogos, como em vários outros divulgados, o assunto trataria de supostos pagamentos aos políticos. O empresário que comenta com Durval a partilha de dinheiro é Alcyr Collaço, o mesmo que foi flagrado enfiando dinheiro na cueca, em uma das gravações. Além de conversarem sobre Temer, os dois referem-se também a Henrique Eduardo Alves (RN), Eduardo Cunha (RJ) e Tadeu Filippelli (DF).

Em conversa gravada por Durval Barbosa, Collaço fala sobre a partilha de dinheiro entre deputadosNo vídeo, a conversa entre Durval e Collaço dura pouco mais de um minuto, tempo suficiente para que falassem sobre uma suposta operação envolvendo dinheiro e políticos. Sem revelar do que exatamente se tratava, ambos citam altas cifras e, em um determinado momento, o ex-secretário fala que Filippelli receberia R$ 1 milhão do governador José Roberto Arruda (DEM), mas o empresário corrige: ;São 500 paus;. Henrique Eduardo Alves, segundo a conversa dos dois, teria levado R$100 mil, a mesma quantia supostamente paga a Temer e Eduardo Cunha. Nos diálogos é citado o nome do ex-deputado mineiro Fernando Diniz, que já morreu.

A conversa teria sido gravada em 17 de setembro, momento em que o ex-senador Joaquim Roriz deixava o PMDB, já que era preterido como candidato ao Governo do Distrito Federal. Ele deixou a legenda em atrito com Filippelli e foi para o PSC. Durval teria entregue mais de 50 fitas para a Polícia Federal, mas investigadores que dão prosseguimento à análise de documentos apreendidos na Operação Caixa de Pandora(1), desencadeada há uma semana, não descartam a possibilidade de Durval ter feito mais gravações.

[SAIBAMAIS]Além de gravar a conversa com Collaço, que é dono do jornal Tribuna do Brasil, Durval fez outros vídeos, a maioria deles com deputados distritais, integrantes do governo e empresários. Em quase todos, o ex-secretário fala em cifras ou as próprias imagens mostram a movimentação. A nova gravação com Collaço é a segunda que surgiu. Na primeira, o empresário recebeu dinheiro de Durval e o colocou, com dificuldades, na cueca. Em outro episódio, o presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM), coloca os recursos nos bolsos e na meia. O deputado, que se licenciou da presidência por 60 dias, afirmou que era por questão de segurança.

Presidente do PMDB-DF, Tadeu Filippelli considerou os diálogos absurdos. ;Estou indignado;, afirmou. Filippelli disse que já acionou seu advogado, Herman Barbosa, para que ingresse com ações de reparação de danos morais e uma representação criminal contra Durval Barbosa e o empresário Alcyr Collaço. Michel Temer classificou, por meio de nota, como ;descabido; o seu suposto envolvimento no episódio e garantiu que vai agir: ;Sobre a menção irresponsável e descabida a meu nome em gravação realizada em Brasília, também tomarei as devidas providências legais.; Procurados pelo Correio, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves não retornaram as ligações.

1 - Mito grego
Surgida de um mito grego, a Caixa de Pandora é uma expressão muito utilizada quando se quer fazer referência a algo que gera curiosidade, mas que é melhor não ser revelado ou estudado, sob pena de se mostrar algo terrível, que possa fugir de controle.

Colaborou Ana Maria Campos

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação