Cidades

Ação de combate às drogas em Goiás

Guilherme Goulart
postado em 19/01/2010 19:40
Menos de duas semanas depois de o Correio Braziliense denunciar o avanço do crack nos municípios goianos do Entorno, a Polícia Civil de Goiás anunciou reforço policial em 13 localidades do interior do estado. As cidades ganharão unidades do Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc) a partir da próxima segunda-feira. Duas delas serão instaladas nos arredores do Distrito Federal. Luziânia e Formosa contarão com a nova estrutura, que receberá delegados, agentes, escrivães, veículos, armas de grosso calibre e equipamentos de investigação, como câmeras de vídeo.

O aumento da repressão ocorrerá por conta da escalada da violência em Goiás. Houve 31 assassinatos em Goiânia ligados ao tráfico de drogas só nos primeiros 15 dias de janeiro ; no total, morreram 62 pessoas no período no estado. Outra razão fica na conta do crack, que, assim como confirmou o Correio, não se limita a Goiânia. "Nenhum lugar no estado está isento de ter traficantes ou usuários de drogas. Um tempo atrás, as drogas se concentravam nos grandes centros, mas hoje essa realidade é diferente", afirmou, por meio da assessoria, o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, Aredes Correia Pires.

Além de Luziânia e Formosa, unidades do Genarc serão inauguradas em Anápolis, Goiás Velho, Iporá, Rio Verde, Catalão, Ceres, Porangatu, Posse e Jataí. Duas delas estão em funcionamento em Aparecida de Goiânia e em Itumbiara. Cada grupo, uma ramificação da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), é composto por um delegado, seis agentes e dois escrivães. Contarão com dois carros sem identificação da corporação e um caracterizado. "Existirão, ainda, núcleos de inteligências em todas as regionais, que trabalharão integrados aos Genarcs", explicou Pires.

Crianças viciadas

A reportagem publicada pelo Correio em 11 de janeiro revelou a presença do crack em pelo menos cinco municípios do Entorno: Águas Lindas, Luziânia, Formosa, Valparaíso e Santo Antônio do Descoberto. A última delas apontou os casos mais alarmantes. Sem recursos para internar o filho de 13 anos em uma clínica especializada, uma mãe o acorrentou na janela de casa. O adolescente viciou-se nas pedras há três meses por influência dos amigos. O Conselho Tutelar de Santo Antônio do Descoberto também recebeu uma criança de 8 anos viciada no entorpecente derivado da cocaína.

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