Cidades

Delegado reconstituirá os passos da criança esmagada no portão. Polícia crê em fatalidade

postado em 23/02/2010 08:37
A polícia abriu inquérito ontem para investigar a morte de Pedro Paulo Medeiro Conserta, 4 anos. O menino ficou imprensado no portão eletrônico da garagem do Bloco K da SQN 309 depois de tentar sair do prédio, no último domingo. Pedro Paulo saiu de casa, na 108 Norte, sem a autorização dos pais para brincar na rua e se perdeu no caminho. Ele entrou na garagem do Bloco K, mas não conseguiu deixar o lugar a tempo. O portão fechou e o menino ficou preso pelo tórax e não resistiu. As imagens captadas pelas câmeras de segurança do prédio foram recolhidas para análise e algumas testemunhas já começaram a ser ouvidas.Perito da Polícia Civil, domingo último, avaliou o local em que Pedro Paulo, 4 anos, foi morto por esmagamento do tórax

O delegado-chefe da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte), Antônio José Romeiro, desconhece outros fatos iguais a esse. ;Não há nenhuma ocorrência desse tipo. Realmente foi uma fatalidade. Vamos procurar saber de fato o que ocorreu e verificar se houve alguma responsabilidade penal;, afirma. Romeiro não descarta nenhuma possibilidade e vai analisar todos os passos do garoto. O inquérito deve ser concluído em 30 dias.

Vizinhos e moradores de outras quadras do Plano Piloto ficaram assustados com a morte do menino Pedro Paulo. O analista de sistema Marcelo Brandão Silva, 38 anos, morador da 402 Norte, ficou assustado quando soube do ocorrido e conta que nunca teve conheciento de nenhum acidente com o portão eletrônico da garagem do bloco onde vive. ;Com crianças temos que ficar sempre atentos;, preocupa-se. No prédio onde mora foi instalado um aparelho que emite som toda vez que o portão da garagem está aberto. Por meio de câmeras, o zelador pode monitorar a entrada e saída de veículos. ;Se for colocar na balança, o preço que se paga é baixo diante da segurança;, acredita.[SAIBAMAIS]

Segurança
Dono de uma empresa de fabricação de portões eletrônicos, Gilberto Rossi, 54 anos, diz que não se recorda de nenhum acidente dessa natureza. ;Em 30 anos de profissão, nunca vi um caso assim. É uma tragédia; ainda estou chocado;, lamenta. Em busca de oferecer mais segurança aos clientes, as empresas empresas que trabalham com portões eletrônicos oferecem alguns serviços para evitar acidentes. É o caso da fotocélula, aparelho instalado para evitar que o portão feche em cima de algum objeto. Ele emite um feixe de infravermelho que, ao ser interrompido, para de alimentar o motor e a garagem não se fecha.

O instalador Rogério Ferreira dos Santos, 36 anos, trabalha há 10 no ramo e conta que sempre oferece o equipamento de segurança aos clientes durantes as visitas, mas garante que o interesse é baixo. ;Já ofereci o serviço a um cliente que amassou o carro no portão, mas ele recusou. Alegou que ficaria vulnerável a ação de bandidos;, lembra. Segundo ele, não é fácil vender o produto. Muitas pessoas reclamam também do preço, que pode ultrapassar os R$ 300.

Apesar de oferecer mais segurança aos moradores e garantir que acidentes como o de Pedro Paulo não ocorram, muitos condôminos são contra a instalação da fotocélula. O síndico do Bloco E da 203 Norte, Arnaldo Alves Pereira dos Santos, 79 anos, acredita que o equipamento pode provocar outros problemas. ;Se o portão parar, pode permitir que bandidos entrem no prédio com mais facilidade. Tenho 37câmeras instaladas para monitorar e garantir a segurança de quem mora aqui;, conta o síndico.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação