Cidades

Preços de combustíveis voltam a subir

Passada a temporada de promoção, o litro do álcool, que antes custava R$ 2,23, chega ao consumidor a R$ 2,35, e o da gasolina a R$ 2,74

postado em 04/03/2010 08:29
Após diversas idas e vindas, o preço da gasolina e o do álcool começam a voltar ao normal no Distrito Federal. A gasolina, que nos últimos dias chegou a ser vendida a R$ 2,26 em alguns postos fora do Plano Piloto, retornou a R$ 2,74 na maioria dos estabelecimentos do DF. A rede Gasol, proprietária de 91 dos 314 postos de combustíveis existentes, informou que apenas seus estabelecimentos das quadras 203 e 210 Norte ainda estavam com os preços antigos, e que isso mudaria logo. O álcool, que durante o período de valores reduzidos caiu para R$ 1,89, volta ainda mais caro do que estava antes. Ontem, podia ser encontrado por R$ 2,35 em lugar dos R$ 2,23 anteriores à baixa generalizada.

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes do DF (Sinpetro), e o empresário Antônio Matias, dono da rede Gasol, os preços baixos foram resultado de uma promoção do setor. A prática de valores mais em conta só teria sido possível pelo fato de as distribuidoras estarem vendendo mais barato para se livrarem do estoque acumulado no fim de ano.

;Se o posto comprar bem, vende bem. E o que aconteceu foi que as distribuidoras interferiram para descartar o estoque e os estabelecimentos aproveitaram;, diz Matias. Questionado sobre os polêmicos altos valores cobrados pelo litro do combustível no DF, o proprietário da Gasol afirmou que não é possível serem menores.

Matias argumenta ainda que quando o governo reduziu a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, o valor foi imediatamente repassado ao consumidor do DF. A alíquota sobre o produto caiu de R$ 0,23 para R$ 0,15 (R$ 0,08 a menos). Nas bombas, o derivado do petróleo caiu R$ 0,04. A desoneração é temporária e deve durar até 30 de abril.

Para o presidente do Sinpetro, José Carlos Ulhôa, a onda de preços baixos nos postos de combustíveis nas semanas que se passaram foi a prova de que não existe cartelização dos valores no DF. ;Fala-se que não tem concorrência, a concorrência está aí;, disse. Ele compartilhou a mesma declaração de Antônio Matias de que houve uma corrida para a queima de estoque e disse que os estabelecimentos fizeram promoções legítimas.

Fila
O Posto BR 208 Norte, no Eixinho Leste, chegou a ter, ontem, mais de 30 carros em fila aguardando para abastecer. O estabelecimento iniciou uma promoção de gasolina a R$ 2,32 e álcool a R$ 1,89 na terça-feira e, na manhã de ontem, era um dos únicos da Asa Norte a ainda manter os valores reduzidos. Um caminhão da BR Distribuidora estava de prontidão para que as bombas permanecessem cheias.

Os funcionários informaram que o estabelecimento pertence a particular, e que nem o dono nem o gerente estavam presentes. Eles disseram ainda que o proprietário do local tem mais um posto, na altura da 314 Norte. Nenhum deles quis comentar a promoção. O motorista Francisco Alves da Cruz, 32 anos, contou que esperou 20 minutos na fila para aproveitar a gasolina barata.

Há alguns metros do local, na altura da 206 Norte, o posto Jarjour, que não tem bandeira, se preparava para mudar o preço da gasolina de R$ 2,32 para R$ 2,56, e do álcool de R$ 1,89 para R$ 2,35. O estabelecimento teve filas de veículos no início da manhã.

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