Cidades

Epidemia de dengue pode se prolongar

Com a previsão de chuvas até maio, expectativa é que o Distrito Federal sofra por mais tempo com a doença. Com mais de 1,2 mil casos suspeitos e 612 confirmados, Planaltina pode desbancar a Vila Planalto, com 614, e assumir a liderança como região mais afetada

postado em 07/04/2010 08:46
A diminuição dos casos de dengue no Distrito Federal pode estar mais distante do que se imagina. Segundo o assessor da Subsecretaria de Vigilância à Saúde Aílton Domício da Silva, o Instituto de Meteorologia (Inmet) prevê que a temporada de chuvas entenda-se até a segunda quinzena de maio. Com tanta água à disposição, muitos ovos de Aedes aegypti poderão eclodir e, com isso, produzir mais mosquitos. ;Teremos uma quantidade de casos acima da média por pelo menos mais 30 dias;, afirma. De janeiro a março deste ano, já foram confirmados 3.151 casos da doença, o que representa 2.058% a mais do que as 146 infecções registradas no mesmo período de 2009. A cada sete dias, são confirmados 407 novos casos.

Moradora do Paranóa, a cozinheira Cláudia Rodrigues sofreu por nove dias com os sintomas da doençaCom 614 infectados, a Vila Planalto ; que há semanas lidera a lista de regiões mais afetadas pela dengue ; pode perder o posto em breve. Planaltina(1) tem 612 casos confirmados, número que deve crescer com a confirmação de boa parte dos 1.266 casos suspeitos. Outras áreas que preocupam a Subsecretaria são Itapoã, com 357 confirmações, São Sebastião, com 198 casos e Paranoá, que já registrou 159 infecções pela doença.

Enquanto isso, cidades e bairros continuam a contabilizar casos da doença. No Centro de Atenção Integral a Criança (Caic), localizado na quadra 5, quatro professores tiveram dengue este ano. ;Volta e meia, aparece um aluno com os sintomas;, conta o professor Valdir de Castro. A diretora da escola, Neila Bretas, diz que a área da creche está infestada por mosquitos. A suspeita da comunidade escolar e dos moradores recai sobre um terreno pertencente ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU), que fica ao lado da escola. Todos os pneus recolhidos nas ruas da cidade são depositados no local. Segundo a vice-diretora, Cilene Almeida, no pátio da escola, que atende cerca de 1.300 alunos com idades de dois a 15 anos, é possível ver mosquitos vetores da doença circulando livremente

A cozinheira Cláudia Rodrigues, 31 anos, mora na rua em frente à escola. Passou nove dias de cama com os sintomas da dengue e acredita que este terreno seja mesmo o foco de proliferação do mosquito. ;Se nós jogamos lixo somos multados, mas os funcionários do SLU não fazem a parte deles, cobrindo o material;, protesta. O chefe do Distrito de Limpeza do Paranoá, Domingos Carlos Marinho, assegura que os pneus não passam mais de uma semana no local. ;A orientação é não deixar pneu parado por muito tempo;, ressalta.

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Ação contra o mosquito
Nos dias 8 e 9 de abril, agentes visitarão as casas da cidade, para pedir à comunidade que descarte todos os objetos inutilizados capazes de acumular água. De 12 a 15, caminhões do SLU recolherão
o material descartado e a comunidade será orientada sobre como evitar a doença.

De 19 e 23 de abril, as casas serão pulverizadas com inseticida. A próxima região a receber as ações é o Vale do Amanhecer.

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