postado em 14/04/2010 08:50
Está por um fio a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades na Codeplan, origem das denúncias de corrupção no GDF. O clima de desânimo vem crescendo e as dificuldades de trabalho também, o que leva os distritais a avaliar que pouco conseguirão avançar nas apurações. Na reunião de hoje, às 10h, será colocada em discussão a proposta de fim da CPI, que está desfalcada de presidente e vice-presidente. A previsão é de que seja eleito o deputado Paulo Roriz (DEM) como presidente no lugar de Eliana Pedrosa (DEM). Ela deixou a vaga na semana passada. O problema agora também é achar outro vice, já que José Antônio Reguffe (PDT) anunciou ontem sua saída da comissão. ;A Câmara não possui, aos olhos da sociedade, isenção e legitimidade para investigar esse esquema de corrupção que saqueou o dinheiro do contribuinte do DF;, argumentou Reguffe.A pessoas próximas, Paulo Roriz comentou que será difícil assumir a presidência da CPI nesse cenário de poucos resultados dos trabalhos. Não demonstrou ânimo para tentar salvar a comissão. O deputado Batista das Cooperativas (PRP), um dos membros da CPI, defende o fim da comissão. Mas Raimundo Ribeiro (PSDB), outro integrante do grupo, contestou Reguffe. Rebateu ontem, em plenário, as declarações do pedetista. ;A Câmara tem, sim, legitimidade para prosseguir com a apuração.;
O relator da CPI, Paulo Tadeu (PT), resiste ao fim, mas admite que está difícil prosseguir. ;Infelizmente, está se construindo um clima de sepultamento da comissão de inquérito. Eu discordo desse movimento, mas ele existe;, lamentou.
Silêncio
Reguffe também criticou o benefício judicial dos convocados a depor na CPI de se manterem calados. Segundo ele, o silêncio é uma das dificuldades de trabalho da comissão. ;Vivemos numa República do habeas corpus. Respeito, mas discordo desse amparo judicial. O direito individual jamais pode se sobrepor ao direito coletivo;, sustentou. Para Paulo Tadeu, há outras formas de apuração. ;Mesmo com as testemunhas caladas, temos como apurar. Temos outros recursos de investigação, temos um boa equipe de técnicos montada;, apontou.
Desde que foi criada no fim do ano passado, a CPI da Codeplan não conseguiu manter uma composição definitiva. ;É uma pena que tivemos de gastar tanto tempo discutindo coisas secundárias, como quem vai ser o que na comissão, e o central não conseguimos nos focar, que é o trabalho de apuração;, comentou Paulo Tadeu.
Eliana Pedrosa deixou a CPI na semana passada por não gostar de nomeações feitas pelo presidente da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), de servidores para trabalhar na CPI sem seu conhecimento prévio. Como a vaga é do DEM, hoje será eleito Paulo Roriz como novo presidente. No caso da vaga de Reguffe, o presidente da Câmara tem de indicar um novo membro da comissão (formada por cinco), para depois elegerem o vice-presidente.