Cidades

Motorista vai a julgamento

Adriana Bernardes
postado em 22/04/2010 08:24
O Tribunal do Júri de Taguatinga retoma hoje a audiência de instrução e julgamento do motorista Ítalo Pinheiro, 26 anos, acusado de ter atropelado e matado Yasmim Alice Martins de Jesus, 5. Ele fugiu sem prestar socorro à menina e só se apresentou à delegacia dois dias depois do acidente. De acordo com o processo, Pinheiro admitiu em depoimento na delegacia ter ingerido meia garrafa de cerveja long neck por volta das 11h. A menina foi atropelada à noite, na porta de casa, em Taguatinga.

A sessão está marcada para começar às 15h. Ontem, o clima entre os familiares era de angústia. ;Eu fico apavorada. É uma sensação que não sei explicar. Já vai fazer um ano e parece que foi ontem. Até hoje não acredito que a Yasmim está morta. A única coisa que a família quer é justiça;, resumiu a avó da garotinha, Cleusa Maria Gonçalves Martins, 48 anos. Amigos e familiares vão se reunir em frente ao fórum de Taguatinga às 14h para pedir justiça. Procurado pelo Correio, o advogado de defesa de Ítalo, Sérgio da Silva Moreira, preferiu não comentar o caso. Camila Martins, a mãe da menina, mudou-se para Portugal com o filho mais novo logo após a tragédia. Segundo Cleusa, a filha companha o desenrolar do caso pela internet.

Fuga
O acidente que tirou a vida de Yasmim ocorreu na noite de 23 de maio do ano passado. Ela estava na festa de aniversário de um tio e saiu para chamar os primos para cantar os parabéns quando foi atropelada. O motorista fugiu. Os investigadores da 17; Delegacia de Polícia (Taguatinga) apuraram que Ítalo Pinheiro jogou duas garrafas de long neck para fora do veículo antes de arrancar com o carro.

O acusado apresentou-se em 25 de maio à polícia. Prestou depoimento e foi liberado. Em 3 de junho, o Tribunal de Justiça da cidade acatou o pedido de prisão preventiva solicitado pelo delegado-chefe da 17; DP, Mauro Aguiar. Dias depois, os advogados do rapaz conseguiram um habeas corpus. A família da garotinha luta por justiça desde então. Em dezembro, promoveu uma passeata pedindo punição ao motorista. Logo depois da tragédia, os familiares passaram a receber assistência psicológica e jurídica do Pró-Vítima, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus).

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