Cidades

Cresce a adesão a planos de saúde

No primeiro trimestre deste ano, o DF e o Entorno elevaram em 1,4% o total de clientes das operadoras

postado em 07/08/2010 07:00

Hélio Oliveira afirma que, apesar dos defeitos, é melhor ter um plano do que enfrentar a rede pública de saúdeApesar de recorrentes queixas em relação aos planos de saúde, mais pessoas se associaram às operadoras no Distrito Federal e em 22 cidades vizinhas localizadas em Goiás e em Minas Gerais nos três primeiros meses deste ano. O universo dos beneficiários cresceu 1,4% no período e, em março, chegou a quase 725 mil, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Na avaliação dos últimos 12 meses, o salto foi menor, de 0,8%. As contratações individuais avançaram nas duas comparações: 3,2% e 5%, respectivamente. O aumento do número de idosos com plano de saúde também contribuiu para a variação positiva.

O total de associados cresceu menos no DF do que no país ; o contrário do que se constata ao analisar somente os planos individuais, que, em um ano, ganharam pouco mais de 3 mil pessoas na capital do país e noEntorno. O número de adeptos dessa forma de contratação passou de 58.749 para 61.841. ;É um crescimento extraordinário. Mostra que, em Brasília, muitos trabalhadores de empresas que não oferecem plano perceberam a necessidade do benefício;, comenta o superintendente do IESS, José Cechin.

O investimento das operadoras em divulgação ajuda, na opinião de Cechin, a explicar esse desempenho no DF. ;Além disso, a região sofreu menos a crise econômica. Quem permaneceu com emprego e renda decidiu contratar um plano de saúde;, avalia. Se os planos individuais avançaram, os coletivos perderam quase 13 mil clientes no DF. Em 12 meses, a debandada provocou um índice negativo de 2,1%. Os atuais 615.309 beneficiários dessa forma de contratação representam 84,9% do total, ao que passo que a média brasileira é de 72,9%.

Idosos
Os dados do IESS apontam que cada vez mais idosos procuram planos de saúde. O número de moradores do DF e região acima de 59 anos que têm o benefício cresceu 11% em um ano ; praticamente o dobro do registrado no Brasil no mesmo período (5,7%). Na capital do país, essa faixa etária é responsável por 12,7% do total de beneficiários. ;As pessoas de mais idade são usuárias intensivas de serviços médicos;, diz Cechin.

Em contrapartida, a quantidade de beneficiários com até 18 anos recuou 2,5% em 12 meses. Nesse período, as operadoras rescidiram contrato com nada menos do que 4,2 mil clientes desse grupo, que, ainda assim, acumula quase 168 mil pessoas. No país, no mesmo período, o número de crianças e adolescentes com plano saltou 5,8%. A participação dessa faixa etária no total dos usuários da saúde suplementar é menor no DF (23,2%), se comparada com a proporção nacional (25%).

O superintendente do IESS lembra que, em 2009, houve uma queda de braço entre pediatras de Brasília e as operadoras de plano de saúde. Os profissionais exigiam melhor remuneração. O conflito prejudicou o atendimento nos hospitais, o que fez muitos pais cancelaram contratos. ;Muito provavelmente essa é a explicação para o recuo;, avalia Cechin. A situação ainda não está resolvida e poucos são os pediatras que atendem a convênios.

O filho do servidor público Hélio de Souza Oliveira, 36 anos, adoeceu no auge do atrito entre pediatras e operadoras. Precisou desembolsar R$ 200 em uma consulta particular. ;Por mais que os planos tenham defeitos, eles são melhores do que encarar o serviço público;, compara. O plano de Oliveira pertence à modalidade de seguradoras, cujo número de beneficiários no DF saltou 6,2% em 12 meses.

Queda na área odontológica
A contratação dos planos exclusivamente odontológicos na região metropolitana do DF diminuiu 1,1% no primeiro trimestre deste ano, porém acumula alta de 43,5% em 12 meses, o dobro da média nacional. Em março, eram 452.778 beneficiários. ;Os planos odontológicos estão crescendo de forma assustadora no Brasil inteiro, principalmente por conta do tíquete médio muito baixo, alguns até de R$ 12;, comenta o superintendente do IESS, José Cechin. A contratação coletiva, ou seja, convênios vinculados às empresas, representa 91,6% do total de beneficiários. Os planos individuais, apesar de corresponderam a somente 8% desse universo, registraram um salto de 17% em 12 meses.

No primeiro trimestre deste ano, o DF e o Entorno elevaram em 1,4% o total de clientes das operadoras

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