Cidades

Furtos prejudicam equoterapia

Três animais foram levados de unidade de Planaltina que atende alunos da rede pública, incluindo portadores de necessidades especiais. Polícia investiga o crime, que afetou 38 crianças e adolescentes

postado em 12/08/2010 07:46
Dois cavalos e uma égua foram furtados este ano do centro de equoterapia de Planaltina, localizado no Instituto Federal de Educação (antigo Colégio Agrícola). O último furto foi no dia 24 do mês passado, quando, na madrugada, bandidos cortaram a cerca da área de quatro hectares onde ficam os equinos. O crime reduziu para 10 o número de animais treinados para a atividade terapêutica e, com isso, 38 crianças e adolescentes estão prejudicadas pela falta de atendimento.

Luan (D) e Francisco fazem a terapia por motivos diferentes. Eles estão entre os alunos afetados pelos furtos dos três animais, que são mistérioPara evitar o desligamento de alunos, alguns cavalos precisaram ser readaptados para o atendimento do maior número de crianças, o que consequentemente provoca uma sobrecarga. ;A só existe se tiver cavalo e o recurso humano para trabalhar. Quando um cavalo tem problema de saúde, não tem como trabalhar;, explicou a instrutora de educação do centro Antonieta Martins Alves.

Cada um dos três equinos furtados tinha uma característica específica para a tratamento terapêutico dos 117 portadores de necessidades especiais de Planaltina e de Sobradinho que estão matriculados na unidade. O primeiro animal foi levado em janeiro deste ano e se chamava Ventania. O segundo foi em fevereiro, durante o carnaval, e tinha o nome de Arizona. Todos os furtos ocorreram à noite. A égua Princesa foi a última a ser levada pelos ladrões. Somente ela era encarregada pelo atendimento de 17 crianças. A comunidade desconfia que carroceiros sejam os responsáveis pelo sumiço.

O desaparecimento dos animais foi registrado na 16; Delegacia de Polícia (Planaltina), mas até agora não houve prisão de nenhum suspeito. Os profissionais do centro de equoterapia(1) agora enfrentam dificuldade para repor os cavalos e a égua. Isso porque eles precisam ser dóceis e ter estatura não muito alta, para que os instrutores consigam alcançar os alunos e prestar todo o auxílio necessário.

Dificuldade
Para cavalgar, Francisco Krinski, 14 anos, precisa coordenar seus movimentos aos do cavalo e se concentrar, prestar atenção no animal e no que acontece ao redor. O estudante tem dificuldade de aprendizagem e antes fazia equoterapia utilizando a égua Princesa, que exigia dele maior concentração devido aos movimentos tridimensionais que ela fazia. Agora, o adolescente tenta se readaptar em cima do cavalo Zorba. ;A Princesa era marron, alta e mansinha. Era muito legal andar nela;, disse.

Há dois anos, Luan Miguel Moraes da Costa, 10, pratica equoterapia. Ele foi diagnosticado como hiperativo. ;Quando chega terça-feira, ele fica agoniado para ir para a aula porque não quer chegar atrasado. Ele está numa fase que tem que selar o cavalo para poder montar. Assim, ele aprende também a ter responsabilidade;, acredita o pai, o professor de educação física Alex Ribeiro Acosta, 37 anos, morador de Sobradinho.

Luan tem um carinho especial pelo cavalo Yasco. Depois de passar alguns minutos em cima do animal de pelagem clara, o menino se debruça e abraça-o como se fosse o melhor amigo. ;A equipe monta a terapia para o praticante de acordo com as características do animal e aí eles criam uma relação afetiva com o animal. Quando muda um cavalo, muda toda a estrutura;, explicou o professor e instrutor Luciano Cedraz.

Para evitar novos furtos, os cavalos utilizados na equoterapia serão levados para outra área menor, porém mais iluminada e de fácil acesso aos vigilantes da empresa contratada pelo Instituto Federal de Educação para fazer a segurança do local. A equoterapia desenvolvida na unidade é voltada para alunos da rede pública de ensino e é de graça.

1 - Benefícios
A equoterapia melhora a autoestima e a autoconfiança. Além disso, desenvolve a sensibilidade física e psicológica. Em uma sessão de 30 minutos, o praticante executa entre 1,8 mil e 2,2 mil deslocamentos. O exercício atua sobre o sistema nervoso, melhorando coordenação motora, agilidade, ritmo, concentração, lateralidade, a autoconfiança. Trabalha com a ativação do sistema cardiorrespiratório e facilita o processo de aprendizagem escolar.

Onde praticar

Centro Básico de Equoterapia General Carracho
Associação Nacional de Equoterapia, s/n;, Granja do Torto
Telefones: 3623-5575 / 3468-7406

Centro de Equoterapia da Sociedade Hípica de Brasília
SAIS, Lote 08, Asa Sul
Telefone: 3245-4982

Centro de Equoterapia Espaço Equestre
SHIS/Sul, Área Especial, n;08,
Setor Hípico, Asa Sul
Telefone: 3346-8131

Centro de Equoterapia Apoiar
Colônia Agrícola Vicente Pires, Chácara 134
Telefone: 8154-9205

Centro de Equoterapia de Samambaia
AE 203, 11; BPM, Samambaia Telefone: 3358-8855

Centro Integrado de Equoterapia Lago ; CIEL
Rodovia DF-001, Km 26 ; Fazenda Piquet ; Lago Sul
Telefone: 3367-0384

Centro Básico de Equoterapia do Instituto Cavalo Solidário
Núcleo Rural Alexandre Gusmão, 3/465, Ceilândia
Telefone: 3501-0361

Centro de Equoterapia da Polícia Militar RPMon
BR-060, Km 0, AE 01 ; Regimento de Polícia Montada
Telefone: 3356-2477

Centro de Equoterapia da Apae-DF ; Apaequestre
Rodovia DF-440, Km 17 ; Rota do Cavalo ; Núcleo Rural
Telefone: 2101-0460
Fonte: Associação Nacional de Equoterapia

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