Cidades

Professor é atropelado na L3 Norte; moradores da Colina pedem segurança

postado em 10/12/2010 07:58
A bancária Catherine d`Arc foi a autora de um dos dois abaixo-assinados após o atropelamento de professor na L3 Norte: mais de 300 assinaturasUma fatalidade levou os moradores da Colina, na Universidade de Brasília (UnB), a se mobilizarem por melhorias para a região. Depois da morte do professor de desenho Marco Antônio Gomes de Araújo, atropelado na noite do último sábado, a comunidade decidiu fazer um abaixo-assinado. O documento reivindica a colocação de uma barreira eletrônica na L3 Norte, onde ocorreu o acidente. A vizinhança alega que o trecho da via não tem redutores de velocidade e reclama da falta de iluminação na faixa de pedestre em frente à 609 Norte.

A revolta com a tragédia foi tanta que os estudantes também entraram na briga. Os alunos do Instituto de Artes (IdA), ao lado da direção, fizeram um abaixo-assinado com o mesmo objetivo. ;A L3 é uma rota alternativa para quem vai para locais como o Lago Norte e Sobradinho. Muita gente passa por ali. É preciso que todos, professores e alunos, se mobilizem;, apela a universitária Daiara Figueroa, 28 anos, organizadora do movimento.

Somados, os dois documentos reuniam, até ontem, mais de 300 assinaturas. As folhas serão anexadas e enviados ao Departamento de Trânsito (Detran) na próxima semana. A bancária Catherine d;Arc, 38 anos, deu o primeiro passo na tentativa de colocar um fim no descaso da pista. Foi ela quem fez o documento. O prédio em que Catherine mora fica em frente ao ponto da L3 Norte onde Marco Antônio morreu. ;Mais de seis atropelamentos ocorreram aqui. O perigo é grande. Estou cansada de ver esse tipo de coisa. Qualquer pessoa está sujeita;, explica.

Escuridão
O funcionário do Hospital Universitário de Brasília (HUB) Célio Zidório, 40 anos, conta que os carros passam em alta velocidade pela fim da L3 Norte. ;O pessoal aproveita que não tem pardal e acelera mesmo. Como à noite a pista é bem escura, inclusive na faixa de pedestre, é quase impossível ver alguém que esteja atravessando;, conta Célio.

A Companhia Energética de Brasília (CEB) afirmou, em nota, que não tem projetos de melhorias para o setor programados para este ano. O Detran garante que vai fazer uma reavaliação do local, mas ainda não tem data prevista de quando os técnicos analisarão a falta de iluminação da faixa de pedestre na altura da 609 Norte e a possibilidade de instalação de um radar eletrônico na região. O prefeito do câmpus, Paulo César Marques, afirma que levará a demanda adiante, na reunião periódica que faz com o Detran e outros órgãos. ;O problema de iluminação é real e afeta a comunidade da UnB;, justifica.

Fatalidade
No último sábado, por volta de 22h, Marco Antônio voltava para o apartamento onde morava, na Colina. Quando atravessava a pista, fora da faixa de pedestres, foi atingido por um carro. Segundo testemunhas, o motorista desceu do veículo e prestou socorro. A 2; DP (Asa Norte) investiga o caso. Segundo o delegado-adjunto Rogério Dantas, o laudo que vai mostrar a causa do acidente não ficou pronto.

O professor tinha 51 anos e estava há pouco mais de três meses em Brasília. Deixou São Luiz Gonzaga (RS) para assumir uma vaga no IdA. Os familiares continuaram na terra natal. O filho dele, Mariano de Araújo, 24 anos, espera os resultados da investigação. ;Pelos relatos, o motorista não estava embriagado, nem em alta velocidade. Acredito em uma fatalidade;, lamentou Mariano, por telefone.

Era o primeiro semestre de Marco Antônio na UnB. A história dele emocionou a universidade. A professora Therese Hofmann, do Departamento de Artes Visuais, lembra do colega como um homem calmo e tímido. ;Ele fazia o trabalho com muito empenho;, descreve. A missa de 7; dia da morte do professor será hoje, na Igreja do Verbo Divino, na 609 Norte.

Segunda via sem vistoria
; Os motoristas do Distrito Federal não precisarão mais encaminhar os carros à vistoria para receber a segunda via do Certificado de Registro de Veículo (CRV), conhecido como DUT. Para obtê-lo, o interessado poderá, a partir de hoje, se dirigir a uma unidade do Departamento de Trânsito (Detran) com o restante da documentação do veículo e pagar um boleto de R$ 80. A norma interna do órgão que permitiu a mudança também libera a vistoria na hora em que o condutor quitar o automóvel e decidir colocá-lo em seu nome. A dispensa, no entanto, só vale quando a transferência ocorre da financiadora para o arrendatário. Quem quiser passar a propriedade do veículo para terceiros ainda precisa realizar a inspeção.

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