Cidades

Estatísticas de abuso sexual apontam que 56% dos agressores são próximos

postado em 02/03/2011 20:59
Um novo levantamento sobre violência sexual contra crianças e adolescentes da 1; Vara da Infância e Juventude (VIJ) aponta que os agressores são bem próximos às vítimas. Os dados, coletados pelo Centro de Referência para Violência Sexual (Cerevs) nos 87 atendimentos de 2010, revelam que 34% dos abusos foram praticados por padrastos e 22% pelos pais.

Os números também mostraram que boa parte das situações abusivas foi acompanhada por intimidação. Ameaças de caráter emocional foram registradas em 33% dos casos e de caráter físico em 29%. A VIJ não divulgou em quantas ocorrências os dois tipos foram praticados cumulativamente. As estatísticas constataram ainda que em 39% das ocorrências não houve intimidação. Para os agentes da Cerevs, o dado evidencia ligação emocional entre o agressor e a vítima, que habitualmente não distingue o toque malicioso.

Segundo o levantamento, as agressões aconteceram majoritariamente na casa da vítima, em 52% dos casos. Outros 29% dos abusos ocorreram na residência dos autores, geralmente quando as crianças e adolescentes visitavam seus pais. Além disso, 86% das vítimas são do sexo feminino.

A maior parte das denúncias provém da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (34%), do Conselho Tutelar (17%) e da própria VIJ (14%). Hospitais, delegacias circunscricionais e escolas forneceram as demais informações. a confiança nos professores e a atenção dos funcionários às marcas de violência deixadas nas vítimas podem ajudar na revelação da agressão.

De acordo com a supervisora do Cerevs, Viviane Amaral, raramente a postura dos agressores está associada a alguma patologia, como pedofilia. Ela destaca que boa parte dos autores da violência ignora a vontade ou o processo de desenvolvimento das crianças e adolescentes e se importa apenas com a satisfação do seu próprio desejo. Entre as consequências para as vítimas os agentes da Cerevs destacam a retração ou a agressividade, o medo da solidão, a baixa autoestima, o choro fácil, o alto nível de ansiedade e o terror noturno.

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