Cidades

Ministério Público do Distrito Federal vê irregularidades na atuação da PM

Adriana Bernardes
postado em 24/04/2011 08:00
Os responsáveis pelas escolas particulares se defendem. Garantem não haver qualquer ilegalidade no acordo com a PM e alegam que, na verdade, estão reduzindo os custos para o GDF. Diretora administrativa do Santa Terezinha, Patrícia Rodrigues reconhece que o assunto é polêmico. ;É lógico que a presença deles inibe a ação de vandalismo. Mas toda a comunidade se beneficia. A gente oferece as condições para eles trabalharem e fazemos isso com as melhores intenções;.

Diretora pedagógica do Compact, Dilma Ervilha diz que a escola é ;supertranquila em função da presença da PM;. Ela informou ainda que, em eventos maiores, os policiais apoiam a instituição e ajudam os alunos na travessia de vias. ;A simples presença deles inibe a violência. Não queremos abrir mão do batalhão, a não ser que seja proibido;, avalia.

Presidente do Grupo Grancursos, do Obcursos, Wilson Granjeiro garantiu que o convênio é legal. ;Todo mundo faz isso, são parcerias. Eles não têm estrutura e entidades particulares disponibilizam a logística para que possam socorrer bem o contribuinte. É economia para os cofres públicos;, defendeu.

Privatização
No entendimento do promotor criminal do Ministério Público do DF Mauro Faria, o acordo entre a Polícia Militar e as escolas particulares é irregular. ;É um modo de privatizar o serviço público. Qual empresário não quer ter uma companhia da polícia dentro da sua empresa?;, argumenta Mauro Faria. Por meio da assessoria de imprensa, o comando da Polícia Militar informou que a cessão dos espaços é gratuita e que todo o processo foi analisado e aprovado pela Procuradoria-Geral do DF. A PM informou ainda que o comodato é
totalmente legal e não gera conflito de interesse, ;pois a localização das companhias foi posicionada em locais estratégicos, de acordo com o interesse da PM;.

A assessoria de imprensa não forneceu cópia dos contratos, nem informou os direitos e obrigações das partes. A PM não respondeu qual é o efetivo atual do Batalhão Escolar, nem qual é a estrutura da corporação. Apesar disso, policiais com quem a reportagem conversou consideram que o número de militares é insuficiente para atender a toda a demanda. ;Eu, como pai, acho que falta policiamento nas escolas. A presença do PM na porta dos colégios inibe os vagabundos. Quando não tem policiamento fixo, eles sabem que são os donos do pedaço;, opinou um policial.

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