Cidades

Número de mortes no Lago Paranoá cresceu 27% este ano

postado em 30/05/2011 07:25
Bombeiros socorrem afogado: esse tipo de acidente é recorrente
O número de mortes no Lago Paranoá cresceu 27% este ano. Nos primeiros cinco meses de 2011, 37 pessoas perderam a vida no espelho d;água, uma média de um óbito a cada quatro dias. Na conta, já estão incluídas as nove vítimas do naufrágio do último domingo. No mesmo período do ano passado, foram registradas 29 mortes, segundo o Corpo de Bombeiros. Até a tragédia com o Imagination, o acidente mais grave registrado foi o que tirou a vida das irmãs Juliana e Liliane Queiroz de Lira, 18 e 21 anos, respectivamente. A lancha em que elas estavam com mais nove pessoas ; a capacidade era apenas para seis ; afundou exatamente um ano antes do naufrágio da embarcação de festas que transportava 110 pessoas.

No intervalo entre os dois desastres, várias pessoas morreram afogadas no espelho d;água. A grande maioria, segundo os bombeiros, porque não se comportou de maneira prudente. Em novembro, a diarista Leidiana Regina Marchiori da Silva, 21 anos, mesmo sem saber nadar, entrou na água com amigos, num colchão inflável, para pescar. O colchão acabou virando e a jovem morreu afogada. Em 8 de abril deste ano, Patrick Andrei Barreto de Abreu, 15 anos, morreu afogado ao tentar cruzar o lago a nado. A fatalidade ocorreu por volta das 15h, próximo à ML 3 do Lago Norte. Segundo informações dos bombeiros, ele sentiu uma cãibra no meio do trajeto e acabou se afogando.

Um grupo de amigos é exceção no lago. Praticantes de canoagem, eles não abrem mão dos coletes salva-vidas e preferem praticar a atividade aquática de segunda a sexta-feira. ;É bem mais seguro do que nos fins de semana. O lago fica bem mais calmo;, contou o estudante Felipe Lima, 17 anos. Amiga dele, a professora de educação física Gabriela Silvano, 22, viveu momentos de tensão, coincidentemente no mesmo dia da tragédia com o Imagination. Cerca de uma hora antes do maior acidente náutico da história do Lago Paranoá, ela e uma amiga ficaram à deriva depois que o bote em que estavam virou. ;Ficamos no lago um bom tempo. Por sorte, estávamos de colete e com apitos. Começamos a apitar e um rapaz em uma lancha nos socorreu;, relembrou Gabriela.

O chefe interino da comunicação social do Corpo de Bombeiros, major Luciano Maximiliano da Rosa, relembra algumas dicas para que as atividades no lago possam ser desenvolvidas com segurança. ;O uso de coletes nas atividades aquáticas é indispensável para uma prática segura. Ao banhista, a recomendação é não nadar após ingerir bebida alcoólica ou se alimentar. Outra dica é evitar nadar em lugares onde há muitas embarcações. O lago, de modo geral, é tranquilo. São os excessos que prejudicam;, orientou o oficial bombeiro.

A Marinha também contribui no sentido de educar quem frequenta o lago. Nas abordagens, os marinheiros orientam os proprietários de embarcações a seguirem a Lei de Segurança de Tráfego Aquaviário (Lesta), que disciplina as regras que devem ser obedecidas no lago. Os fiscais verificam itens de segurança, como a presença de coletes salva-vidas, material de primeiros socorros, equipamentos de iluminação, boias e âncoras.

Regras
A Lei de Segurança de Tráfego Aquaviário (Lesta) dispõe sobre a segurança para a circulação de embarcações em águas brasileiras. Abrange barcos brasileiros, exceto os de guerra. A legislação traz as regras que devem ser seguidas ao conduzir uma embarcação, como a obrigatoriedade de comunicação de acidentes.

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