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Outlet que será construído próximo à Brasília terá foco no mercado de luxo

postado em 04/06/2011 08:00

Projeção do espaço interno: grifes ainda em negociaçãoO mercado de luxo movimenta cerca de R$ 11 bilhões por ano no Brasil, e Brasília é seu terceiro maior expoente, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. A boa aceitação que os artigos de alto valor agregado encontram entre os brasilienses, aliada à renda elevada dos moradores da capital federal, foram determinantes para que a região Centro-Oeste fosse escolhida para receber o segundo shopping do país exclusivamente constituído de outlets de lojas de grife.

Atualmente, o único do gênero em funcionamento é o Outlet Premium São Paulo, no município de Itupeva, entre Campinas e a capital paulista.

O centro de compras que será construído no Cerrado, batizado de Outlet Premium Brasília, é um empreendimento do mesmo grupo administrador, a General Shopping do Brasil. Ele será construído às margens da BR-060, no município goiano de Alexânia, e a previsão é que fique pronto em março de 2012.

Como no caso do outlet paulista, a localização escolhida para o do Centro-Oeste é estratégica. A idéia é captar os públicos da capital federal, de Goiânia e de Anápolis.

As cidades ficam, respectivamente, a 60km, 110km e 130km do futuro shopping. Segundo estimativa da General Shopping do Brasil, as três cidades concentram, juntas, 5,2 milhões de clientes em potencial.

Menor custo
Além de ser um ponto de referência para três centros urbanos, o fato de situar-se em Alexânia garante outras vantagens ao outlet. Uma delas é a redução do custo condominial, que, de acordo com estimativa da General Shopping, ficará até 70% mais barato do que se o estabelecimento se situasse em Brasília ou Goiânia. Esse é um dos fatores que permitirá aos lojistas trabalhar com preços mais em conta. O outro ponto positivo é que, assim como ocorre com os outlets no exterior, o centro de compras ficará distante de shoppings onde artigos da estação são vendidos a custo normal. Assim, um modelo de varejo não compete com o outro.

A General Shopping do Brasil ainda não divulgou o volume do investimento que será feito no Centro-Oeste. De acordo com Alexandre Dias, diretor de Marketing e Varejo do grupo, a razão é estratégica, já que ainda não foi fechado contrato com a construtora que ficará responsável por erguer o empreendimento. Dias adiantou, no entanto, que o shopping de descontos do cerrado terá 82 lojas ocupando 16,5 mil metros quadrados de área locável. O empreendimento como um todo se estenderá por 121 mil metros quadrados. Devem ser gerados 2 mil empregos diretos e indiretos que, de acordo com a General Shopping, serão supridos com mão de obra local, tanto de Goiás como do DF.

Novo cenário econômico
De 1993 a 1996, surgiram oito outlets no Brasil, em uma tentativa de copiar o modelo que fez sucesso no exterior. Vários fatores contribuíram para o fracasso da empreitada. Havia poucas marcas nacionais com estoques remanescentes, e as internacionais não participavam. A inflação e o desemprego eram elevados. O crédito era pouco e os juros altos. O varejo, no Brasil, era fraco e pequeno. Além disso, todos foram montados dentro de grandes cidades, na contramão da tendência internacional. Os principais outlets do exterior já situavam-se longe da área urbana na época. Os lojistas tinham compreendido que, ficando nos grandes centros, criavam uma concorrência nada saudável com as coleções das próprias grifes que tentavam desovar os estoques antigos. Atualmente, esses primeiros embriões de outlets fecharam ou se transformaram em shoppings tradicionais.

Marcas internacionais

O catálogo de lojas do Outlet Premium Brasília será composto em 40% porestabelecimentos internacionais. Haverá, ainda, reserva de 30% de unidades para marcas regionais do Centro-Oeste. A General Shopping optou por não divulgar nomes das grifes por enquanto, já que a vinda de muitos lojistas ainda está em fase de negociação.

Entretanto, os nomes estrelados que atraem visitantes ao Outlet Premium São Paulo ; entre as marcas estrangeiras, estão Calvin Klein e Armani, e, entre as nacionais, Alexandre Hercovitch e Farm ; dão uma ideia do que pode ser esperado para a versão do Cerrado. ;A estimativa é que aproximadamente 50% dos lojistas de São Paulo estarão conosco no Centro-Oeste;, afirma Alexandre Dias. Os preços com desconto são até 80% menores do que os das lojas matrizes.

O diretor de Marketing e Varejo da General Shopping chama a atenção para a diferença entre o momento atual e a década de 1990, quando se tentou, pela primeira vez, implantar outlets no Brasil. ;Temos um cenário econômico muito mais favorável, com inflação, desemprego e taxas de juros menores. Há também o aumento de crédito e uma classe média crescente.;

Empresas que tinham 15, 20 lojas nos anos 1990, abriram o capital e hoje têm de 100 a 200. Graças a esse fenômeno, elas têm estoques que possibilitam abrir outlets;, afirmou. Para Dias, as recentes altas de juro e restrições aos financiamentos, estratégias adotadas pelo Banco Central para conter a disparada da inflação em 2011, não afetarão o momento positivo da economia. (MB)

"Temos um cenário econômico muito mais favorável, com inflação, desemprego e taxas de juros menores. Há também o aumento de crédito e uma classe média crescente!”


Alexandre Dias,
diretor de Marketing e Varejo da General Shopping

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