Cidades

Organizadoras da Marcha das Vadias cobram maior combate à violência sexual

postado em 14/06/2011 08:00
Organizadoras da Marcha das Vadias cobram reeducação da sociedade
Enquanto moradores do DF se assustam com as notícias dos recentes casos de estupros, um grupo de mulheres se une para realizar a Marcha das Vadias, a fim de promover a igualdade de direitos entre os gêneros e combater a violência sexual. ;Causa uma revolta muito grande em todas nós saber que estamos vulneráveis. Essa é uma luta antiga e temos muito a fazer;, disse Júlia Zamboni, 28 anos, moradora da Asa Norte, uma das organizadoras. A manifestação ocorrerá às 12h do próximo sábado, em frente ao Shopping Conjunto Nacional.

A notícia do estupro ocorrido em pleno sábado à tarde, na Asa Norte, assustou as meninas do movimento. ;Sempre ando por aqui. Estamos chocadas e tristes, a gente imagina a dor da pessoa;, disse a tradutora Roberta Satira, 27 anos, moradora do bairro. Mas elas fazem um alerta para a quantidade de vítimas que são abusadas todos os dias e não têm coragem de denunciar os agressores. ;Casos como esse ocorrem o tempo todo, fazem parte do cotidiano, e muitos deles dentro de casa;, ressaltou a estudante Joyce Martins, 24 anos, também moradora da Asa Norte.

Para elas, é preciso haver uma reeducação da sociedade. ;Estupro não tem a ver com sexo e, sim, com relação de poder. Há essa construção de que a mulher tem que ser submissa ao homem;, explicou a estudante Saionara Reis, 23 anos. ;As políticas públicas mostram como a mulher deve se comportar para não ser estuprada e não ensinam ao homem que ele não pode fazer isso;, acrescentou.

A ideia de realizar a manifestação surgiu no Canadá, depois de um policial dizer em uma palestra que as mulheres deveriam evitar se vestir como ;vadia; para prevenir o estupro. Essa declaração revoltou as presentes, que criaram a Slut Walk (traduzido para Marcha das Vadias). Em pouco tempo, o movimento se espalhou pela internet e mais de 3 mil mulheres se reuniram em Toronto, em abril deste ano, para protestar. No Brasil, a primeira marcha ocorreu em São Paulo, em 4 de junho. Mais de 2,5 mil pessoas confirmaram presença na manifestação por meio das redes sociais. As organizadoras lutam para que a mulher possa se vestir, andar e agir de forma livre sem ser rotulada.

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