Cidades

Seguranças do Bar Calaf são indiciados por lesão corporal

postado em 10/08/2011 08:00
Bruno Marcelino recebe atendimento na noite das agressões: algozes miraram principalmente a cabeça
A Polícia Civil concluiu ontem o inquérito sobre o espancamento do nutricionista Bruno Marcelino, 26 anos. A investigação do caso apontou que dois seguranças são os responsáveis pelas agressões ao jovem em frente ao Bar do Calaf, há 10 dias. Os acusados responderão a processo por lesão corporal. O resultado do laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) indicou multiplicidade de ferimentos, mas nenhum deles grave. Quinze pessoas foram ouvidas pelos agentes da 5; Delegacia de Polícia, no Setor Bancário Norte. Vigilantes que trabalhavam no dia das agressões prestaram depoimentos, mas, segundo a polícia, houve divergências nas declarações.
[SAIBAMAIS]
Um dos vigias responsabilizados, Walter Cardoso de Almeida, 31 anos, prestou esclarecimentos novamente na tarde ontem. Passou cerca de duas horas na unidade policial e saiu sem dar entrevistas. Segundo o delegado-chefe da 5; DP, Laércio Rossetto, ele assumiu sozinho o espancamento do jovem. ;Ele informou que esqueceu todas as técnicas de imobilização. Essa atitude mostra o total despreparo profissional;, informou o delegado Rossetto.

Os investigadores, no entanto, concluíram que José Pereira da Silva, 32 anos, também participou da violência. ;Uma testemunha informou que o Pereira deu dois chutes no Bruno, quando ele estava caído no chão;, acrescentou o delegado adjunto, Edson Medina.

Passada a agressão, a vítima recupera-se bem, apesar de ainda não ter voltado à rotina. ;Ele ainda está com algumas restrições, mas suspendeu a medicação e não está com nenhuma sequela, graças a Deus;, contou Raphael Marcelino, irmão do jovem. Raphael disse que não teve acesso à conclusão policial. ;Ainda não formos informados sobre as fundamentações do fim do inquérito, mas sabemos que a Polícia Civil agiu de forma séria e empenhada no caso;, disse.

Punição
O delegado Rossetto revelou que, para apontar os responsáveis pelo crime, os investigadores ouviram cinco seguranças, sete testemunhas, a vítima, o proprietário e o gerente do Bar do Calaf. Imagens do circuito interno de um prédio localizado próximo ao estabelecimento também foram usadas pela polícia. ;Os vídeos, porém, só mostram o momento em que os seguranças vão atrás do Bruno. Não denunciam as agressões;, contou o titular da 5; DP.

Por meio da assessoria de imprensa, o Bar do Calaf informou que os dois vigilantes responsabilizados pelas agressões estavam afastados do trabalho desde o dia do espancamento. Agora, serão demitidos.

O próximo passo dos investigadores é encaminhar as apurações à Polícia Federal (PF), responsável pelos registros profissionais dos seguranças. ;Todos eles estão devidamente cadastrados na PF, mas agora vão responder administrativamente no órgão federal;, informou Rossetto. Criminalmente, os vigilantes José Pereira e Walter Cardoso responderão por lesão corporal. A pena varia de três meses a um ano de detenção.

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