Cidades

Brasilienses e especialista criticam projeto sobre rodízio de carros no DF

postado em 30/09/2011 20:04
O Projeto de Lei que pretende restringir a circulação de carros por vias específicas do Distrito Federal causou a discussão do tema entre a população e especialista. A aprovação do PL N; 197, de 2011, que institui o rodízio de veículos partiu da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) da Câmara Legislativa na quinta-feira (29/9). O projeto segue agora para analise da Comissão de constituição e justiça (CCJ).

O autor do PL é o deputado Evandro Garla. Após a divulgação da notícia, o correiobraziliense.com.br recebeu inúmeros comentários dos leitores. Uma das principais argumentações contrárias dos internautas é a carência de transporte público capaz de suprir a demanda enfrentada nas ruas da capital.

De acordo com o engenheiro de tráfego e professor da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César Marques, não é razoável pensar a restrição de circulação de veículos como medida isolada quando não há investimento em transporte público coletivo. "Isso pode ser pensado quando as pessoas têm essa opção de transporte coletivo como alternativa real. Esse não é bem o caso do DF. Estamos longe de ter um transporte publico que funcione como opção.", constatou.

Alternativas

Segundo Marques, a restrição foi idealizada fora de contexto. Mas este não é o único ponto desfavorável. Para o especialista, o objetivo de reduzir a quantidade de carros nas vias pode não ser atingido por conta da estratégia da população que busca de manter o conforto pessoal. "As pessoas acabam comprando outro carro. Isso aconteceu em São Paulo, Caracas (Venezuela) e no México", exemplificou.

[SAIBAMAIS]O engenheiro disse ainda que a alternativa poderia funcionar a curto prazo. "Em São Paulo, o rodízio acontecia, a princípio, somente durante o inverno. Isso inibe as pessoas à comprarem automóvel para usar durante apenas 3 meses. Mas a intenção inicial, que era de reduzir a poluição, teve um efeito contrário. Quem foi comprar o segundo e terceiro carro piorou a situação", explicou. "Não é essa medida que vai fazer as pessoas mudarem de hábito. O planejamento de transporte publico tem de ser feito", completou.

Placas
Além do possível aumento de compra de automóveis, a população poderá optar por motocicletas, que não entram no regime de restrição de placas assim como táxis, coletivos, bicicletas, transporte escolar, guincho e veículos empregados em serviços essenciais e de emergência. Quem desobedecer a lei terá aplicada penalidade prevista no Código Brasileiro de Transito.

De acordo com o texto, os veículos de placas com fins 1 e 2 ficariam proibidos de rodar às segundas-feiras. Na terça-feira, a restrição seria para os carros com fins 3 e 4. Na quarta-feira, 5 e 6. Sete e 8, às quintas-feiras. E, na sexta-feira, a limitação atingiria os donos de automóveis cujas placas terminam com os números 9 e 0. Aos sábados, domingos e feriados, o tráfego seria liberado para todos.

Objetivo
O projeto é justificado como uma procura melhorar as condições de trânsito, com redução do número de veículos em circulação em áreas específicas. De acordo com o parecer assinado pelo relator do projeto, deputado Cláudio Abrantes, a questão do aumento dos congestionamentos está fortemente vinculada ao aumento da renda, como no caso de aumento de frotas circulando.

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